Não há dúvidas de que o Brasil cresceu muito nos últimos anos no que diz respeito ao e-commerce. Porém, ainda não é uma referência no setor devido à falta de estratégia. Aqui, ainda se pensa muito em promoção, segundo Fátima Bana, especialista em e-commerce e comportamento digital do consumidor. “É assim que a maioria dos players vem atuando. Não se trabalha ainda muito bem as estratégias para gerar o desejo e por fim conversão. Ainda somos reféns dos links patrocinados e fazemos muito mal o conteúdo quente que traz o cliente do impulso”, afirma.
Mas não só por isso que o Brasil ainda não é um benchmark em e-commerce, de acordo com a especialista. Aqui, ainda forma-se profissionais do setor, ou seja, os melhores são os que atuam fora do país, com histórico mais consistente em relação à e-commerce. “Além dessa questão, as nossas necessidades ainda são grandes, tanto em leis de comércio eletrônico, como em leis logísticas que permitam maior integração e menor carga de impostos. O atendimento ao cliente no Brasil no cenário internacional ainda deixa muito a desejar também. Lá fora já trabalham com um e-commerce bem mais focado na experiência do cliente”, destaca Fátima.
Apesar do retrato da realidade brasileira no e-commerce não ser tão vistoso, Bana acredita que o país deve evoluir muito nos próximos anos, principalmente devido às dimensões continentais e a maneira como o brasileiro interage rápido com a nova tecnologia. “Somos novos nesse mercado e a internet é relativamente nova no país. Se pensarmos que o número de internautas vem crescendo ano a ano certamente vamos evoluir bastante. Além disso, temos grandes chances de começar uma nova história tomando como base a nossa cultura, o que também é muito importante quando pensamos em e-commerce.”