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Fator humano é fundamental para governança

Autor: Alexandre Ruschi
Antes que a governança corporativa ganhasse estrutura conceitual e fosse normatizada para aplicação prática nas organizações, vários de seus preceitos já faziam parte da doutrina cooperativista, desde seus primórdios, no século XIX: transparência, equidade, prestação de contas, cumprimento da lei e ética, a fim de que não haja um fosso entre a propriedade e a gestão empresarial.
Nas cooperativas, os ´donos´ são os cooperados, que partilham trabalho, renda e têm voz ativa nas decisões mais importantes, por meio do voto em assembleias, além de representação nos comitês, conselhos e outras instâncias de poder.
Um dos maiores desafios da governança, ainda hoje, é justamente definir, com a maior clareza e abrangência possíveis, as regras explícitas e tácitas operacionais e institucionais, a fim de que o modo de gestão reflita os objetivos estratégicos dos donos.
Há, contudo, uma longa trajetória entre intenções e práticas, desejos e realidade. Não basta que a governança seja prioritária para o sucesso de qualquer organização; que gere valor para sócios e demais interessados; que esteja ancorada em sólidos princípios e valores organizacionais, e que tenha metas precisas, se não considerar o fator humano.
Governança corporativa sem apoio não prospera. Os profissionais da equipe devem se sentir atraídos, conquistados e estimulados pelos valores e práticas de governança. Portanto, em toda a implantação de um conjunto de normas para direção e controle das empresas, deve-se considerar, também, com muita atenção a participação de quem desempenha as mais variadas funções profissionais.
Há que se criar um ambiente no qual as pessoas tenham vontade de cumprir as regras, além de saber que devem fazê-lo. E que tenham plena consciência de que as decisões devem mirar o interesse comum de longo prazo da organização.
A missão de atrair adeptos a estas práticas e processos, no dia a dia, cabe ao líder da organização. Ele não fará isso sozinho, obviamente, mas deve se comprometer com os esforços de governança, a fim de que as propostas não se percam no tempo e no espaço, em meio às rotinas de trabalho.
O ´imediato´ não pode ofuscar nem obstaculizar o longo prazo. Governança corporativa é uma construção diária, que nunca fica pronta, porque evolui sempre, mas cujos resultados aparecem, se todos estiverem engajados em seus princípios e valores.
Alexandre Ruschi é presidente da Central Nacional Unimed.

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