Fazer diferente é fazer a diferença

Muitos especialistas dizem que há espaço para todo mundo no mercado, basta que o empreendedor procure pela brecha oportuna e invista em seu negócio da maneira correta, para, assim, conseguir se manter e colher bons resultados. Esse é um comportamento que as startups estão sabendo aproveitar, até porque elas surgem exatamente dessa situação: de lacunas que existem no mercado e aparecem para solucionar um possível problema ou falta que há por conta desse espaço. Como ressalta Guilherme Bonifácio, CEO da startup Rappido, outra razão favorável para o surgimento desse tipo de negócio é o próprio ambiente favorável que o mercado proporciona de novas tecnologias e que, muitas vezes, empresas mais tradicionais demoram a perceber o potencial. “Os empreendedores que acabam tendo um viés para a inovação se utilizam de ferramentas, como a tecnologia e processos diferentes, para tentar lançar o seu negócio. Na verdade, o que eu acredito é que as novas tecnologias são mais acessíveis no sentido de não precisar ter um grande investimento em uma máquina ou em um centro de distribuição, é possível desenvolver um novo produto, processo ou negócio investindo em informática e tecnologia e consegue testar isso muito mais fácil”, avalia.
Por conta, justamente, de o investimento ser mais baixo e as ferramentas proporcionarem que as startups comecem a funcionar de forma rápida, a tendência é que elas se concentrem neste meio tecnológico. Outro ponto em comum, comentado por Bonifácio, é que essas empresas são criadas a partir da percepção do empreendedor de uma abertura no mercado e da possibilidade de sugerir uma solução para tal problema ou questão. Mas também há aquelas que surgem de uma ruptura, uma chance mais rara, mais ainda sim possível, como, por exemplo, a Rappido, que, por meio de um aplicativo e de um serviço de geolocalização, permite com que o cliente encontre o motoboy mais perto, evitando, assim, grandes gastos de tempo e custos. “A necessidade sempre existiu, mas fazer diferente é o que faz a diferença, porque, ao final, você elimina a ineficiência, reduz custo e torna esse processo mais inteligente, funciona melhor”, completa o executivo. 
No entanto, não é porque a oportunidade surge e que há a possibilidade de solucionar um problema que fará com que uma startup tenha sucesso. Muitas pecam no quesito de não conseguirem criar a resolução ou não a deixarem clara para os clientes. Dessa forma, Bonifácio aconselha que é preciso se perguntar quais problemas deseja resolver e se ele está sendo resolvido. “Não basta ter uma boa ideia, porque, muitas vezes, pode ter algo que não seja 100% original e pensar em melhorar um tipo de processo ou produto, o que já é inovador e já traz algum valor para a startup. Mas, é importante que, de fato, desde o começo a empresa tenha noção do problema que deseja resolver e se as competências são suficientes em relação à concorrência.”
Assim como em qualquer outra empresa, o cliente também é a razão de viver da startup e deve ser para ele que a solução do problema deve existir, por isso, caso não entenda, não se interesse ou não use, será um risco de sobrevivência para o negócio. “No nosso caso, estamos resolvendo um problema, primeiro, primeiro para o consumidor final, que fica na mão e não sabe quem contatar e não tem confiança em seu prestador de serviço, ou é mal atendido, ou o motoboy demora. Mas, ao mesmo tempo, também resolvemos o problema do entregador que passa a ter uma demanda mais frequente, entrega mais”, conta Bonifácio. “Qualquer que seja o modelo de negócio, o foco tem que estar em procurar entender qual que é o problema que está resolvendo, se tem as competências para resolvê-lo e tentar fazer isso de forma mais eficiente possível, sempre perguntando se a forma é a melhor e aí buscar melhorar o fluxo, o que gera valor para o consumidor final e para as áreas envolvidas.”
É a busca constante pela melhoria, pois não basta criar um negócio e deixar de visar por inovações, caso contrário, abre-se espaço para a concorrência. “O consumidor final, quando começa a perceber que existem diferenças entre as empresas, acaba optando por aquela que faz mais sentido para ele. Então, como ganha essa guerra? É sempre tentar se colocar no lado do consumidor e entender como de fato agregar valor e fazer diferença na hora que ele for comprar um produto ou procurar por um serviço. Se você tiver o olho no cliente, estiver sempre atento às reclamações, às sugestões e não perder isso de vista, direcionando toda a empresa nesse objetivo, tenderá a ter o melhor serviço possível”, aconselha o executivo.

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