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Gestão para a competitividade

Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do Conselho Superior do Movimento Brasil Competitivo, participou na manhã dessa segunda do Encontro Nacional de Gestão para a Competitividade, realizado no Centro de Convenções da Firjan, no Rio de Janeiro. O Estado assinou uma parceria para medir seus índices de competitividade.

Lideranças de organizações públicas e privadas de todo o país participaram na manhã dessa segunda, no Rio de Janeiro, do Encontro Nacional de Gestão para a Competitividade, no Centro de Convenções da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Na abertura, o presidente do Grupo Gerdau e do Conselho Superior do Movimento Brasil Competitivo (MBC), Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do Conselho Superior do Movimento Brasil Competitivo, apontou que o desenvolvimento do Brasil depende de melhorias na gestão das organizações, sejam elas públicas ou privadas. “O processo de crescimento do país passa pelo avanço da competitividade. É importante buscar nas empresas esses conceitos de eficiência para melhorar a produtividade delas”, afirmou.

O presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouveia Vieira, lembrou que a competitividade é resultado das melhorias nos processos de gestão próprios da empresa somado aos fatores macro definidos pela atuação do poder público. “O Brasil avançou bastante em termos de crescimento econômico. Os atuais índices são demonstrativos de que ingressamos em um círculo virtuoso de desenvolvimento”, disse.

Vieira citou entre os fatores que podem atrapalhar esse avanço a alta carga tributária, ocupando, segundo ele, 36% do PIB brasileiro, problemas de infra-estrutura, cuja solução acredita ser o avanço nas negociações das Parcerias Público-Privadas, além de mais acesso à educação e crédito facilitado para micro e pequenos empresários. Para romper essas barreiras, o presidente do Inmetro, Armando Mariante, acredita que é necessário mais ousadia. “A gestão pela qualidade permitiu o acesso dos produtos brasileiros a mercados externos, tornando o país mais competitivo”, falou.

Uma parceria assinada entre MBC, as secretarias de Estado de Planejamento e Coordenação, de Energia, da Indústria Naval e do Petróleo, a Fundação Dom Cabral (FDC), o Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro (Cide) e o Programa Qualidade Rio inclui o Rio de Janeiro entre as unidades da federação que vão medir seus índices de competitividade. O Rio Grande do Sul, em julho, foi o primeiro Estado a aderir à pesquisa. A expectativa é que, até novembro, São Paulo, Minas Gerais e Bahia também estejam incluídos.

O objetivo desta parceria está na conjugação de esforços para viabilizar a promoção de ações que possibilitem elaborar e avaliar os índices de competitividade do Estado, mediante a realização de estudos técnicos, de desenvolvimento de projetos e metodologias conjuntos, que contemplem as missões e os objetivos dos participantes. Os resultados serão utilizados para fornecer as informações dos gaúchos no Relatório Brasil de Competitividade, que servirá de diagnóstico e subsídio para a formulação de estratégias visando a busca permanente de desenvolvimento nos Estados.

Como subsídio para o debate sobre esse tema, a Firjan lançou a publicação “Como ser competitivo: a gestão estratégica para a competitividade”. O livro é uma coletânea de artigos apresentados nos últimos dois anos durante as reuniões do Conselho Empresarial de Gestão Estratégica para a Competitividade da instituição. A vice-presidente da Firjan e presidente do Conselho, Ângela Costa, apontou que a principal meta desse órgão é fornecer ferramentas de gestão e a troca de experiências entre as empresas, principalmente as micro e pequenas.

Inscrições ao Programa Qualidade Rio dobraram
O secretário de Energia, da Indústria Naval e do Petróleo do Rio de Janeiro, Wagner Victer, lembrou do desafio de trazer para as instituições públicas os conceitos da gestão pela qualidade. Mesmo assim, destacou o aumento no número de inscrições de empresas que concorrem ao Prêmio Qualidade Rio. Na edição 2004, foram 113 inscrições contra 53 do ano anterior, um crescimento de cerca de 113%. Desse total, 102 organizações são públicas. Para o representante do Ministério da Ciência e Tecnologia, Marcelo Lopes, é fundamental desenvolver um modelo genuíno de gestão nessas instituições como forma de garantir crescimento sustentável. Segundo ele, foram alocados cerca de R$ 600 milhões em recursos para investimentos em inovação.

Painel debate
No primeiro painel do evento, “Inovação, política industrial, educação, estratégias e gestão – A importância desses temas para a competitividade”, Jorge Gerdau comentou as principais frentes de trabalho do MBC, como o fortalecimento dos programas estaduais da qualidade, produtividade e competitividade, na busca pela definição de patamares e metas a serem atingidas e na inclusão do setor público nesse processo. “Burocracia gera ineficiência, e a soma desta resulta no custo Brasil. Temos as ferramentas disponíveis, só é preciso aplicar. Pode ser um processo delicado, mas é necessário em um país que ainda tem pessoas passando fome. Fazer mais com menos deve ser o lema”, enfatizou.

O presidente do Inmetro, Armando Mariante, recordou que o país teve uma mudança de um histórico de protecionismo e pauta de exportações formada por produtos primários, na década de 80, para um processo de abertura e preocupação com a competitividade nos anos 90. Hoje, segundo Mariante, o país é um dos mais avançados em termos de normas técnicas de conformidade, como as ISO. Uma das normas mundiais mais recentes está focada na responsabilidade social. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) está a cargo da comissão técnica que coordena as discussões sobre a formatação da norma.

As ações do Sebrae do Rio de Janeiro para melhorar a competitividade nas micro e pequenas empresas cariocas foram abordadas pelo presidente do conselho da instituição, Paulo Alcântara. Por meio de capacitação, ocorre a transferência de conhecimento sobre as ferramentas que melhor se adaptam às organizações em um processo de excelência mundial. Essa atuação é realizada em arranjos produtivos locais e não em empresas isoladas, para que possa desenvolver um setor ou uma região como um todo. Alcântara sugere que sejam desenvolvidas um maior número de universidades corporativas, que ofereçam soluções para as empresas e instituições públicas.

Para a representante da Casa Civil da Presidência da República, Miriam Belchior, a Lei da Inovação, atualmente aguardando a votação no Senado após aprovação em julho no Câmara dos Deputados, pode aproximar mais as instituições de ensino superior e as organizações. Ao iniciar a apresentação do tema “Gestão e Inovação na Visão do Governo Federal”, afirmou que os investimentos em pesquisa e desenvolvimento no Brasil chegam a 1% do PIB. Esse índice é inferior a países como Estados Unidos (2,67%), Canadá (1,82%) e China (1,29%). Segundo Miriam, essa ordem ocorre pois, ao contrário dos países desenvolvidos, no Brasil o investimento público nessa área é superior ao privado: 63% a 37%. Entre 1982 e 2002, a participação da produção científica brasileira em termos mundiais passou de 0,4% para 1,24%, resultado de um crescimento no número de trabalhos publicados de 2,1 mil para 11,3 mil. Quanto à inclusão das instituições públicas na gestão pela qualidade, Miriam destacou os números da última edição do Prêmio Nacional da Gestão Pública, em 2003. Foram recebidas 1.360 organizações, das quais 400 foram analisadas, sobrando 58 finalistas e 16 premiadas.

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