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IDC avalia o mercado nacional de telefonia celular

Os diversos desafios enfrentados pelo mercado nacional de telefonia celular no ano passado foram árduos de serem superados, causando reflexos permanentes no cenário hoje apresentado, indica o estudo Brazil Wireless Market Sizing – 2002, da IDC Brasil. As crises econômicas de 2001 afetaram a capacidade de investimentos das operadoras de telefonia celular, acabando por comprometer o aumento da qualidade, abrangência e implementação de novos serviços na rede.

Além disso, apesar da população numerosa, os sérios problemas de distribuição de renda no país afetaram diretamente o segmento, frustrando as expectativas iniciais sobre o potencial do mercado e refletindo na diminuição do tempo de serviço utilizado pelos usuários (ARPU).

Agora as operadoras estão se vendo obrigadas a optar pela necessidade – ou não – de migrar/evoluir suas redes celulares para oferecer novos benefícios e para conquistar usuários ou reter os que já possuem. A briga promete ser boa, já que o modelo de duopólio chega gradativamente ao fim com a entrada de duas novas empresas de telefonia celular (Oi, da Telemar, na região II; e a TIM, que vai atuar nacionalmente). Ambas adotarão o padrão GSM/GPRS – que é a geração 2,5G do GSM onde a transmissão de dados na rede pode chegar a 178 kbps, permitindo, por um lado, serviços mais baratos e, por outro, a oferta de serviços avançados e diferenciados.

“A inovação tecnológica é uma tendência e não apenas uma questão de imagem de mercado, além de significar um posicionamento estratégico dentro do cenário nacional. Porém, muito se discute sobre a real necessidade do mercado consumidor por toda essa tecnologia e seus serviços inovadores”, diz Vanessa Cabral, gerente de pesquisas das áreas de telecomunicações e internet. A gerente acrescenta que no contra fluxo dessa tendência, algumas operadoras brasileiras não incluem soluções para 2,5G nos seus planos de evolução da rede. O discurso indica que tendem a pular esta etapa e partir diretamente para a terceira geração num momento mais propício, principalmente quando se trata de capacidade de investimento.

Evoluir a rede de uma operadora, atualmente, significa acompanhar uma tendência mundial e, por conseqüência, sua sobrevivência no mercado. A velocidade de migração de redes e de adoção de novas tecnologias, no entanto, se dará de acordo com a demanda por novos serviços. Além disso, as operadoras deverão obedecer a dinâmica do fluxo de aportes de investimentos e financiamentos disponíveis. Mas será a tecnologia adotada peça fundamental para a decisão das futuras fusões e aquisições.

O crescimento do mercado de telefonia celular será diretamente influenciado por todas essas questões, com a expectativa média anual de 14% de elevação ao longo dos próximos cinco anos. Isso significa que, em 2006, a base de assinantes de celular deva chegar a 54,2 milhões de usuários –, alcançando um índice de penetração de 30%. Vale ressaltar que, em 2001, o Brasil acusou 28,7 milhões de assinantes, sendo 60% correspondentes a TDMA e 40% a CDMA.

A entrada do GSM já deverá ser sentida em 2002, com a migração de parte das operadoras TDMA para esta nova tecnologia, e o início das operações da Oi e TIM. Espera-se que para este ano, o número de assinantes GSM já represente 4% do mercado. A projeção para 2006 é o que o GSM ocupe cerca de 34%, contra 40% do TDMA e 26% do CDMA.

Hoje em dia, os assinantes totais possuem, em sua maioria, planos de serviço pré-pago, atingindo quase 70% da base total brasileira. Essa elevada participação deve crescer ainda mais, chegando a 77% ao final de 2006. Para Vanessa, esse crescimento é justificado, não só pela imensa popularidade conquistada, mas também pela entrada de novas operadoras que, na busca por formar sua base inicial de assinantes, adotam a mesma estratégia verificada após a privatização do Sistema Telebrás: ofertar celulares pré-pagos a preços mais competitivos ainda.

Por fim, em relação às receitas geradas pelo mercado celular, estas foram da ordem de US$ 7,6 bilhões em 2001, o que representa uma receita média por usuário (ARPU) de cerca de US$ 22,00. Em relação ao ano de 2000, verifica-se queda no volume de receitas geradas. No entanto, é esperado que em 2003 este volume volte a crescer, motivado pelo início das duas novas operadoras que devem agregar suas receitas ao mercado total.

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