A elevação da inadimplência já dura oito meses ininterruptos. Diferente dos anos anteriores (2009 e 2010), quando houve queda do endividamento. O resultado: 2011 praticamente garante o quadro de maior dívida. De acordo com os números do SPC Brasil, nos nove primeiros meses deste ano a inadimplência acumula alta de 5,26%. “As medidas restritivas de crédito impactaram negativamente o consumo e a inflação também começou a pesar no bolso do cidadão brasileiro”, justifica Roque Pellizzaro Junior, presidente da CNDL, Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas.
Segundo dados do Indicador da CNDL e da SPC, os motivos que levam a inadimplência têm relação com o aperto monetário no início deste ano, o aumento de juros, às restrições de prazo em linhas mais baratas, o aumento da inflação e, inclusive, o agravamento da crise internacional que vem pressionando a alta do dólar. “Fatores como esses devem reduzir o poder de compra do consumidor, mas aumentar a inadimplência”, confirma o indicador. O relatório ainda aponta que se as pessoas estão pagando mais caro por alimentos e combustível, por exemplo, o consumidor acaba comprometendo o orçamento, o que dificulta o pagamento das dívidas.
Apesar do mau cenário apresentado, setembro aponta queda de 5,95% nos cancelamentos de registros, ou seja, pessoas que quitaram suas dívidas. “Mesmo com a desaceleração da economia e possíveis impactos no Brasil, o mercado de trabalho continua apresentando resultados positivos tanto na geração de empregos, quanto no aumento dos rendimentos”, indica o relatório. Em agosto de 2011 a taxa de desempregos caiu para 6,0%, comparada a agosto de 2010, em que era registrado 6,7%. “Esses fatores incentivam o trabalhador a quitar suas dívidas”, diz o indicador.
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