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Indústria de alimentos em alta

A produção da indústria brasileira de alimentos cresceu 8,96% e as vendas reais (descontada a inflação) subiram 10,73% em agosto, em relação ao mês anterior, segundo pesquisa conjuntural, realizada pela ABIA – Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação junto a seus associados. Os índices confirmam as previsões otimistas para 2004, feitas pela entidade desde o início do ano. segundo a associação, o crescimento deve ocorrer apesar da perspectiva de que alguns recentes fatos no cenário econômico – como alta de juros, elevação do preço do petróleo e redução dos investimentos estrangeiros no país – possam vir a desacelerar o ritmo da alta. A ABIA trabalha com estimativa de produção do setor cerca de 4,5% maior do que a do ano passado.
“Não temos agora o céu de brigadeiro que tínhamos há dois meses, mas não se cogita a inversão das previsões positivas para o setor”, analisa Denis Ribeiro, diretor econômico da Abia. Segundo ele, os novos fatos apenas farão com que, nos próximos meses, os agentes econômicos brasileiros, entre eles o varejo e os consumidores, se comportem de forma mais cuidadosa, o que pode desacelerar um pouco o ritmo de crescimento da economia e, consequentemente, do setor. O economista não nega que, após as eleições, a indústria de alimentos também tenha de se adequar à provável de alta dos preços dos combustíveis no Brasil. Da mesma forma, até o final do ano, os produtores de alimentos poderão sentir alguma redução do consumo, diante da alta de juros.
Apesar de diminuir o ritmo, a indústria brasileira não deve parar de crescer. A ABIA aposta num natal de 5% a 8% melhor do que o de 2003. As bases para esta fundamentação estão no conjunto de índices de agosto: além da alta na produção e nas vendas no oitavo mês do ano, o nível de pessoal ocupado cresceu 1,63% e o salário médio real 0,30% em relação a julho. O faturamento total nominal (sem descontar a inflação) da indústria de alimentos foi 10,94% maior em agosto. Registrou-se apenas uma pequena queda no nível de ocupação da capacidade instalada, de 71,53% em julho para 68,91% em agosto, justificada pela menor produção de alguns setores de vendas sazonais, como açúcar (que atingiu pico em meses anteriores) e desidratados e supergelados (sorvetes).
A tendência de ascensão pode ser confirmada ainda pela análise do desempenho da indústria de alimentos no acumulado dos últimos 12 meses. Nesse período, todos os indicadores são positivos. A produção saltou 3,96%. As vendas reais do setor, descontada a inflação, cresceram 1,29%. O nível de pessoal ocupado ficou 3,0% maior nesse período e os salários médios reais, também deflacionados, estão 2,45% superiores nos últimos 12 meses.
As exportações, que também se mantiveram ascendentes no acumulado janeiro-agosto, devem compensar em parte a diminuição do ritmo do mercado interno. Em relação a idêntico período do ano passado, em agosto de 2004 vendemos 38% a mais em dólar e 21% a mais em tonelagem para outros mercados. “Se mantivermos esse ritmo estamos comprovando o desenvolvimento da nossa indústria de alimentos, que vem agregando valor às commodities, valorizando o produto brasileiro e cativando exigentes mercados internacionais”, conclui Denis Ribeiro.

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