Dos consumidores, 41,2% pretendem efetuar uma compra de bens duráveis no período de janeiro a março deste ano. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo, Ibevar, em parceria com o Provar, Programa de Administração do Varejo, da FIA, Fundação Instituto de Administração. Este indicador é o mais baixo registrado nos últimos 12 anos. Se comparado ao mesmo período de 2015, ocorreu queda de 8,4 pontos percentuais.
Retração também no online
Houve ainda retração na intenção de compra dos e-consumidores: ficou 83,2% agora. Sendo que no primeiro trimestre estava em 94,7%, uma redução de 11,5 pp. Em suma, a previsão é de redução estimada das vendas do varejo para os esses três primeiros meses de 2016 de pelo menos 1,5%. “Os números eram previstos por causa do cenário econômico atual com altas taxas de juros, inflação alta e aumento do desemprego. Reflete um momento de insegurança”, avalia o presidente do Ibevar, Claudio Felisoni de Angelo.
A redução também foi comprovada em relação ao valor médio das expectativas de gastos com bens duráveis, sendo o valor atual 33% mais baixo que o do ano passado e o menor valor computado desde 2010. Passou de R$ 2.751 no último trimestre de 2015 para R$ 1.840. Entre os principais itens de intenção de compra estão respectivamente: linha branca (8,6%), móveis (7%) e viagens e turismo (7%). No mesmo período em 2015, a categoria móveis liderava esse ranking com 8,8%, a linha branca ficava em segundo lugar com 8,6%.
Como previsto diante da instabilidade da economia brasileira, houve redução de 8,3% no poder aquisitivo dos consumidores no último trimestre do ano passado em relação a 2014. Isto é, a renda média passou de R$ 2.399,03 para R$ 2.200,78.
Maior cautela no gasto
Foi constatado também um maior número de pessoas poupando, do último trimestre de 2015 para o primeiro de 2016, passou de 17,2% para 26,2%. Por outro lado, o valor que foi economizado é 17% menor que o do ano passado. Para Felisoni, esses dados confirmam o receio do consumidor diante das taxas de desemprego que estão em ascensão. “Com medo, as pessoas estão procurando se precaver em razão da perda de poder aquisitivo e as ameaças de desemprego”, informa.