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Internet quarentona



Autor: Emílio Loures

 

O mundo atual é inconcebível sem Internet. Após 40 anos desde que dois computadores de uma universidade se conectaram na Califórnia (EUA), 1,5 bilhão de pessoas fazem parte da rede mundial de computadores em todo o mundo, concretizando o que o filósofo Marshall McLuhan previu na década de 60: a transformação do mundo em uma aldeia global. Hoje é possível acompanhar em tempo real a situação na Palestina pela visão dos moradores, realizar cirurgias à distância, desenvolver projetos colaborativos espalhados por diversos países, trocar mensagens com amigos e fazer compras sem sair do conforto de casa.

 

Os principais fatores para essa propagação da Internet foram o aprimoramento da tecnologia, o desenvolvimento e popularização dos computadores pessoais, além da diminuição do preço da conexão. Para se ter uma idéia, a maioria das casas na Coréia do Sul possui Internet veloz, com conexões entre 50Mb/s e 100Mb/s, a um preço inferior a  US$ 20 por mês. Em outros países, no entanto, os habitantes não tem as mesmas possibilidades de conexão, muitas vezes pagando caro por isso e com um uma qualidade de acesso inferior.

 

O Brasil é um desses tristes exemplos. Em algumas áreas do país as pessoas vivem como se a Internet ainda não tivesse sido desenvolvida. São milhões de habitantes que não podem provar os benefícios e se preparar para atuar na sociedade do conhecimento do século XXI, que necessariamente passa pela alfabetização digital. Em muitos locais, é possível encontrar apenas conexão discada, com velocidade só existente nos primórdios da Internet.

 

Mesmo nos locais com acesso à banda larga, como São Paulo, o consumidor tem que escolher entre uma variedade limitada de prestadoras de serviços, conexões com velocidades que nem de longe lembram as dos países maduros e pagar um dos preços mais caros do mundo.

 

Segundo um estudo divulgado pela Cisco, a penetração da banda larga no Brasil é de pouco mais de 5%, sendo que em algumas regiões, como o Nordeste, ela não chega a 2%.  A propagação de dados Banda larga é critica para um país como o Brasil e a tecnologia WiMAX é uma  alternativa para conectar o território com um excelente custo-benefício. Considerando as proporções continentais do nosso país, é fácil deduzir as dificuldades de se alcançar regiões remotas por cabo. Imagine conectar cidades amazônicas via cabo. Seria uma tarefa praticamente impossível.

 

A tecnologia WiMAX foi desenvolvida dentro de um padrão de mercado e é uma solução criada para a transmissão de dados. Além disso, tem a melhor relação custo-benefício, com performance superior, além de poder ajudar a reduzir o abismo tecnológico e promover a inclusão digital.

 

Essa possibilidade é um dos principais impulsionadores da adoção da tecnologia no mundo. Atualmente já há mais de 480 implementações nos diversos países e mais de 180 produtos certificados pelo WiMAX Fórum. E a tendência é de crescimento. Um estudo da Telecoms & Media aponta que 66 milhões de pessoas utilizarão WiMAX ao redor do mundo em 2012.

 

O Brasil não precisa esperar mais para conectar sua população ao século XXI, pois concentra condições ideais para isso. Já existe uma cadeia produtiva preparada para atender a demanda e produtos certificados. O espectro, no entanto, é o fator crucial. Entendemos que a faixa de 2,5 GHz , agora em discussão, oferece uma ótima oportunidade para tanto, desde que preparada de forma neutra e flexível. Outro ativo fundamental nesse processo é a faixa de 3,5 GHz, cujo leilão foi interrompido em 2006. Para que haja melhor oferta competitiva de serviços de banda larga sem fio em áreas hoje precariamente atendidas não há grande mistério: as tecnologias estão disponíveis, a indústria possui os equipamentos e a demanda continua reprimida.

 

Emílio Loures é diretor de assuntos corporativos da Intel Brasil.

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