O ritmo de crescimento do mercado de cartões em outubro deverá ficar em linha com o que foi registrado ao longo de janeiro a setembro de 2008. A expectativa é de que o volume total de transações com cartões de crédito, débito, de loja e de rede alcance R$ 33,6 bilhões, resultado 23% superior ao de outubro do ano passado, quando foram movimentados R$ 27,4 milhões por meio dos plásticos. O dado faz parte do Monitor Abecs, pesquisa mensal sobre o desempenho do setor realizada pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços.
O diretor de comunicação da entidade, Marcelo Noronha, observa que, mesmo no caso de uma eventual retração nas vendas do comércio, o desempenho do setor de cartões permanece positivo por causa da substituição do cheque e do dinheiro pelo plástico. “A variação percentual pode até ser um pouco menor, mas o movimento permanece sendo de alta”, explica.
Confirmada a projeção para outubro, a indústria de cartões deverá acumular, nestes 10 meses, transações da ordem de R$ 308,2 bilhões, cifra 24% maior do que a registrada em igual período de 2007. Desse montante, os cartões na modalidade crédito responderão pela maior parte, 58%, devendo somar R$ 177,5 bilhões, volume 22% superior ao de igual período de 2007.
Embora os cartões de débito respondam por menos de um terço (exatos 28%) do faturamento total do setor, a velocidade de crescimento é mais intensa. A expectativa é de que de janeiro a outubro o volume de transações some R$ 87,2 bilhões, uma alta de 31% em relação ao ano anterior. Mantido esse ritmo, a tendência é que os cartões de débito apresentem uma participação cada vez maior no total de transações do mercado. Quanto aos cartões de loja e de rede (private-label), que respondem por 14% do volume negociado no setor, o faturamento até outubro está previsto em R$ 43,5 bilhões, número 21% superior ao de 2007.
Saldo de crédito e inadimplência
Em agosto, pela primeira vez, o saldo total de crédito em aberto no setor de cartões ultrapassou a barreira dos R$ 60 bilhões. De acordo com dados do BC, o estoque de créditos a receber somou R$ 60,5 bilhões. Desse montante, a maior parcela está representada na modalidade parcelado sem juros, com 66%, enquanto o parcelado com juros e rotativo respondem, juntos, por 34%. Há dois anos, os percentuais eram de 57% para parcelado sem juros e 43% para parcelado com juros e rotativo. Quanto à inadimplência, nos últimos meses os percentuais têm apresentado estabilidade em torno de 9%. Considerando os valores em atraso superior a 90 dias dividido pelo estoque total, em agosto ela foi de 9,1%.