Mercado de SIM cards em crescimento na AL


Em toda a América Latina, o GSM ainda se mantém como a principal tecnologia para comunicação móvel. Somente no Brasil, ela contabiliza uma participação de 61.2% de todo o mercado, com mais de 58 milhões de assinantes. Segundo estudo realizado pela Frost & Sullivan, empresa de consultoria e inteligência de mercado, o crescimento contínuo da adesão ao GSM se deve à economia de escala que a tecnologia proporciona, além de recursos amigáveis e variedade de serviços disponíveis.

Diante desse cenário, o estudo atesta que os SIM cards (sigla, em inglês, para módulo de identificação do assinante), presente nos celulares GSM, continua liderando a produção e as receitas do segmento de smart cards no Brasil. É esperado que o faturamento desse mercado salte dos US$ 86.7 milhões obtidos no ano passado para US$ 124.1 milhões em 2011. “A tecnologia SIM card permite a adoção de mais serviços de valor agregado, que acentuam o padrão de vida das pessoas, garantindo os status pessoais e profissionais, que são tão desejados por grande parte dos consumidores de celulares”, destaca Alejandra Etcharran, analista de pesquisa da Frost & Sullivan.

O estudo ainda concluiu que as operadoras de telefonia presentes no Brasil devem continuar as estratégias de aquisições e propostas de diferentes modelos de negócios, visando ampliar as participações no mercado, considerado altamente concentrado. Nos dois últimos anos, essas operadoras aumentaram o foco na melhoria de serviços como o roaming internacional, Internet móvel (GPRS) e Edge, ao mesmo tempo em que expandiam sua infra-estrutura. “Tais serviços criaram, em 2005, uma demanda maior da capacidade dos SIM cards, levando à migração dos chips Java de 64KB, da maioria dos telefones GSM no país, para 128KB, necessários para rodar aplicações multimídias de alta tecnologia”, diz Alejandra, completando “essa migração deve aumentar em 2007 com o objetivo de viabilizar a maior adoção dos serviços agregados”.

Com a capacidade de memória expandida, o SIM card pode suportar a oferta desses novos serviços, que incluem backup de agenda telefônica e calendário, troca de mensagens, grupos de e-mails, teleconferência, visualização de crédito no caso de pré-pagos e entretenimento por meio de músicas, jogos, chat, entre outros. “Assim, um aumento considerável nos índices de churn de SIM cards deve continuar a médio prazo”, observa a analista.

No Brasil, as operadoras com maior participação em receitas de conteúdo móvel são a TIM e a Oi, que oferecem as maiores oportunidades de novas aplicações de SIM cards para usuários de alta renda. A TIM é mais agressiva em planos de incentivos e promoção dos serviços, enquanto a Oi detém uma das principais bases de assinantes jovens e uma das redes mais modernas, que permite um melhor fluxo do tráfego de dados. “Além disso, a Oi é geralmente pioneira no lançamento de serviços, tais como os ringbacktones, e também oferece preços, geralmente, menor do que o das concorrentes”, ressalta Alejandra.

Por outro lado, a Vivo não tem sido tão agressiva quanto a Oi e a TIM na promoção dos serviços de valores agregados, sendo mais dependente dos serviços tradicionais de conteúdo móvel (música e informação móveis). Entretanto, após anúncio de adoção da tecnologia GSM feito pela companhia, no último mês de junho, e o alto investimento na construção de sua própria rede GSM, a empresa está prestes a mudar radicalmente sua estratégia para cobrir novamente a maior parte do mercado. “As iniciativas das operadoras são focadas nos clientes de ´alto valor´ e no objetivo de reter a base já existente com programas de fidelidade e, conseqüentemente, assegurar o fluxo de receitas adicionais”, afirma a analista.

O estudo da Frost & Sullivan resume que a chave para o desenvolvimento e expansão dos SIM cards é o consumidor jovens, que gera mais demanda dos serviços. Além disso, tarifas altamente flexíveis também é importante. “Empresas de outros países da América Latina, como Venezuela e Argentina, estão seguindo esse modelo. A médio prazo, essa ação tende a aumentar consideravelmente a demanda por SIM cards na região”, finaliza a analista.

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