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Na contramão – ou puro diferencial?

Os últimos anos no Brasil têm sido de muitos desafios. Com as crises politicas e econômicas que o País vive, o mercado deve que amargurar maus resultados. Inúmeras foram as empresas que tiveram que fechar as portas, outras se viram obrigadas a reduzir custos para se manter. Felizmente, aos poucos, o mercado começa a dar sinais positivos. Porém, em meio à toda essa recessão, um setor navegou contra a maré. Cada vez mais amadurecido no Brasil, o mercado de e-commerce continuou registrando crescimento.
O setor fechou 2016 com faturamento de R$ 44,4 bilhões, crescimento nominal de 7,4% ante os R$ 41,3 bilhões registrados em 2015, segundo relatório Webshoppers nº 35, divulgado pela Ebit. O número de pedidos permaneceu estável, em 106,3 milhões, mas o tíquete médio registrou alta de 8% na comparação entre os períodos, passando de R$ 388 para R$417. Apesar de ser o menor crescimento registrado desde o início da série histórica, em 2001, o CEO da Ebit, Pedro Guasti, considera o resultado positivo. “O comércio eletrônico foi um dos poucos setores a andar na contramão da crise econômica. Além dos preços competitivos na comparação com o varejo físico, o e-commerce também foi beneficiado pela expansão do mercado de smartphones, que trouxe uma enorme gama de novos consumidores”, diz.
Além disso, estudo feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), nas 27 capitais do país, aponta que 89% dos internautas realizaram ao menos uma compra on-line no último ano. Sendo que, mesmo em um cenário de crise, a maior parte (43%) dos consumidores online (43%) aumentou a quantidade de produtos adquiridos pela internet na comparação com 2016. Para 38%, o volume se manteve estável, enquanto 18% diminuíram o número de compras feitas por esse meio.
Outra prova dessa consolidação do setor é a confiança que atingiu junto aos clientes. Segundo o Índice de Confiança do E-Consumidor, medido pela ABComm  – Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, em parceria com a Trusted Company, o ano de 2016 fechou com aumento de 8% em relação ao ano anterior. No primeiro semestre de 2016, o índice de confiança registrou média de 4,48 pontos, com base em mais de 45 mil avaliações. Já no final do ano, foi registrado aumento de 72% no volume de avaliações dos e-consumidores sobre mais de 550 lojas virtuais de todo o País, indicando a média de 4,54 pontos. O indicador mostra a satisfação e a confiança dos consumidores com o nível de serviço, atendimento e experiência de compra oferecido pelas lojas virtuais, podendo variar entre 1 e 5 pontos. O crescimento de 8% de um ano para o outro, caracteriza a mudança do nível ´bom a muito bom´ para ´muito bom a excelente´.
Para Diego Ivo, CEO da Conversion, os indicadores mostram que as compras on-line estão cada vez mais presentes no cotidiano dos brasileiros, que têm mostrado mais maturidade digital nos últimos anos. “Essa familiaridade dos compradores com a dinâmica dos meios digitais, assim como as expectativas que alimentam sobre as compras pela internet, reforçam o grande potencial de crescimento do e-commerce no Brasil”, finaliza.
PONTOS FORTES
Muito dessa força do setor está em algumas características que agradam o consumidor brasileiro. A percepção de que os produtos vendidos pela internet são mais baratos do que nas lojas físicas é a vantagem que o internauta brasileiro mais identifica, razão mencionada por 58% desses consumidores, segundo a pesquisa do SPC Brasil e CNDL. Outros motivos também destacados são a comodidade por não ter de sair de casa (45%), o fato de poder fazer as compras no horário que quiser (31%) e a economia de tempo (29%). Há ainda 28% de entrevistados que citam a facilidade que a internet proporciona na comparação de preços.
Porém, não basta só isso. A experiência de compra também vem contando cada vez mais. Levantamento das mesmas entidades, feito com internautas que realizaram compras online no último ano, mostra que 97% já compraram mais de uma vez pelo mesmo site ou aplicativo, principalmente, devido a uma experiência anterior positiva (52%), a confiança na loja e/ou na marca (42%) e por possuir os melhores preços (37%).
O presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, analisa que a internet está moldando cada vez mais as relações de consumo entre clientes e lojistas, ao melhorar a experiência de compra dos consumidores e, também, ao potencializar transformações no modelo de negócio dos comerciantes. “A internet trouxe ao consumidor a liberdade de comprar quando e onde quiser. Se antes as pessoas tinham de ir até as lojas e demais centros de consumo, agora são os varejistas quem precisam encontrar seus clientes, oferecendo plataformas amigáveis, ofertas convidativas e informações relevantes para reter por mais tempo a atenção de potenciais compradores”, explica.
Nesse sentido, Ivo considera que o avanço da tecnologia nos últimos anos, somado a consumidores digitais mais maduros, tem criado um ambiente digital mais favorável aos brasileiros. “Os fornecedores têm se empenhado em oferecer um serviço com maior qualidade, o que tem gerado um número expressivo de brasileiros mais confiantes e experientes com as compras online”, analisa.
EM EVOLUÇÃO
Com base nesse desenvolvimento, o crescimento do setor deve continuar. Para 2017, o relatório do E-bit aponta que o e-commerce brasileiro faturará R$ 49,7 bilhões, com crescimento nominal de 12%. O tíquete médio deverá expandir 8%, para R$ 452, enquanto que, para o volume de pedidos, a expectativa é de uma alta de 4%, para 110 milhões. “Além da migração de consumidores do varejo físico, o crescimento do e-commerce deverá ser impulsionado pelo aumento de preços e também pela participação das vendas de categorias de produtos de maior valor agregado, tais como eletrodomésticos, smartphones, eletrônicos, acessórios automotivos e casa e decoração”, avalia Guasti.
Dentro disso, Gerson Rolim, diretor de comunicação da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Camara-e.net) e consultor do comitê de varejo online da entidade, cita como aliadas dessa economia as novas tecnologias que permitem o acesso a lojas virtuais e a compra de produtos por dispositivos móveis, as ferramentas que permitem a comparação de preços em várias lojas simultaneamente e a popularização da internet móvel de alta velocidade. Esse desempenho positivo está atraindo para o setor cada vez mais novos empreendedores. Por dia, são criadas 500 lojas virtuais no país, segundo as empresas de plataformas de e-commerce. A maioria dessas lojas é comandada por micro e pequenos empresários que buscam uma alternativa de renda diante da dificuldade em se recolocarem no mercado de trabalho formal. “Se apenas 25% desses novos empreendimentos forem bem-sucedidos, ainda assim será benéfico para o setor e para a economia como um todo”, conclui.
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