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Não cometer erros pode ser o seu maior erro

Autor: Ricardo Jordão
Ninguém gosta de cometer erros, especialmente no trabalho. No entanto, erros acontecem quando se trabalha numa empresa inovadora e que tenta coisas novas pela primeira vez.  Se não tentarmos melhorar a nós mesmos experimentando novas ideias ou abordagens, corremos o risco de nos tornarmos obsoletos. 
Como o nosso CEO, Hiroshi Mikitani, coloca: “Não tenha medo de cometer erros. Um erro pode ser uma fonte de novas informações. É muito pior paralisar com medo de mudar do que cometer um erro.” Ao invés de ver os erros como sinal de fracasso, devemos vê-los como oportunidades para aprender. Por fim, é muito melhor aprender com um erro do que evitar correr riscos e ficar para trás da concorrência.
Aqui na Rakuten, temos corrido muitos riscos ao longo dos anos. As aquisições globais e expansões do marketplace que realizamos ao longo dos últimos quatro anos, por exemplo, não eram caminhos livres de riscos. Nós não podíamos garantir que nosso modelo de negócio iria obter sucesso em cada mercado que entramos, no entanto, o preço de não arriscarmos seria muito maior do que o de tentarmos construir um marketplace global.
Mais recentemente, assumimos um risco com o ´Englishization´ do negócio. Em 2010, foi tomada a decisão de tornar o Inglês a língua principal em todo o nosso negócio no prazo de apenas dois anos. Na época, nem todo mundo na Rakuten conseguia falar Inglês fluentemente. Sabíamos que a iniciativa iria nos atrasar em um primeiro momento e que estaríamos arriscando perder gente talentosa, porém com dificuldade em aceitar mudanças. No entanto, esse era o caminho necessário para um negócio verdadeiramente global. Ao invés de desperdiçar horas traduzindo conteúdo e organizando conference calls com tradutores, o Englishization nos permitiria reduzir custos e, o mais importante, reduzir tempo ao tomar decisões de negócios globais.
Todos os erros não são iguais
Um erro passivo resulta de omissão. É uma conseqüência de não agir quando você deveria, por medo de se comprometer ou errar. É muito fácil apontar empresas que cometeram erros passivos, descansando sobre os louros enquanto startups e competidores mais ágeis tomam suas participações no mercado ao adotar uma abordagem diferente ou assumindo um risco sobre um novo tipo de produto ou serviço.
Na indústria do entretenimento, inúmeras locadoras de vídeo foram vitimas do crescimento dos serviços de video-on-demand. O erro passivo de não reconhecer uma oportunidade de crescimento alimentado por novas tecnologias e uma mudança no gosto do consumidor significa que essas empresas rapidamente parecem desatualizadas, enquanto startups aparecem e atraem clientes com uma oferta mais desejável.
Em contrapartida, um erro ativo resulta de uma mudança. Eles acontecem quando as empresas questionam a prática atual e tentam uma abordagem diferente. Para inovar e crescer, as empresas devem acolher erros ativos. É importante encorajar a equipe a desafiar o status quo; assumir riscos e tentar coisas novas. Quando as coisas não ocorrem conforme esperamos, não devem ser vistas como um fracasso, ao contrário disso, devem ser vistas como uma oportunidade para avaliar o que deu errado e aprender , para que o mesmo erro não seja feito novamente.
Adote a tomada de riscos
Seja ao entrar em um novo mercado, experimentar uma nova linha de produtos, ou adotar novos canais para vendas e marketing pela primeira vez, assumir riscos é parte e parcela da inovação empresarial.  Para encorajar os trabalhadores a experimentar e correr riscos, as empresas devem promover essa cultura de cima para baixo. Inovação e criatividade não irão prosperar em um ambiente onde a equipe tem medo de propor novas ideias por medo de ter problemas caso elas não funcionem como o esperado.
Claro, isso não significa que você deve pular de primeira em qualquer nova ideia que alguém tiver. É importante checar a profundidade da água antes de pular de cabeça. Isso lhe dará uma chance de identificar problemas e fazer melhorias que sejam necessárias para assegurar que a iniciativa seja bem sucedida. Depois disso, é vital manter um olhar atento sobre como as coisas se desenvolvem para que você possa aprender com o que vai bem e o que não, e aplicar essas lições da próxima vez.
Evite rotina nos negócios
Correr riscos requer convicção e confiança, mas é importante lembrar que a falta da tomada de riscos representa uma ameaça muito maior para os negócios do que tentar algo diferente. Ao ficar parado e continuar a fazer sempre as mesmas coisas nos negócios, as organizações podem perder potenciais oportunidades de crescer, reagindo muito lentamente a importantes desenvolvimentos no mercado, como uma mudança no gosto do consumidor ou hábitos de compras. Falhas em capitalizar desenvolvimentos do mercado podem resultar em um considerável impacto na reputação e na participação de mercado de uma empresa.
Em um tempo de mudanças contínuas no campo dos eletrônicos de consumo, vimos vários fabricantes de celulares ficarem para trás depois de não terem conseguido capitalizar com a tendência para smartphones e dispositivos móveis. Ser complacentes com o que os consumidores queriam comprar e não oferecer novas experiências com diferentes linhas de produtos, no fim das contas, tirou as vendas dessas empresas e abriu espaço para que Apple e Samsung entrassem e conquistassem uma fatia ainda maior do mercado.
Exemplos como esse destacam por que é tão importante que as empresas não parem de procurar por maneiras de melhorar e crescer, fazendo coisas de um modo diferente, ou entrando em novos mercados ou mudando as preferências. O maior erro que as empresas podem cometer é rejeitar novas idéias simplesmente porque elas podem não funcionar. Simplificando, você nunca vai saber o que você pode realizar até que você tente.
Ricardo Jordão é CMO da Rakuten Brasil

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