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Nos negócios, planejar é vencer


Paulo Ancona Lopez


Planejar não é sinônimo de adivinhar, mas sim de construir uma ponte segura entre o presente e o futuro. Se essa é uma das mais simples e práticas definições de planejamento, por que tantas empresas têm verdadeira repulsa a ela?

Entre as razões alegadas, há aquelas que partem de premissas pouco lógicas e até preguiçosas como “a instabilidade do cenário político-econômico inviabiliza qualquer tipo de planejamento no Brasil” ou “o tempo que seria gasto para planejar alguma coisa pode ser utilizado para realmente implantar algo novo”. São argumentos equivocados, pois atribuem sofisticação a algo que é na realidade essencial.

O erro fundamental deste raciocínio é enxergar o planejamento estratégico como um luxo acessível a poucos. Não é. O ato de planejar é o ponto de partida para qualquer negócio e deve fazer parte da rotina. É simples: como uma empresa pode saber se está na direção certa se não sabe onde quer chegar? Como alguém pensaria em escalar uma montanha sem ter uma programação com paradas, alimentação, roupas adequadas e tantos outros fatores pertinentes para alcançar este objetivo?

A vida de uma empresa é uma caminhada contínua, e saber quais são as possíveis dificuldades pelo caminho determina a capacidade de superá-las. O improviso perdeu espaço no mundo corporativo. Não existe mais lugar para amadorismos.

Todos os passos devem ser pensados desde o início. Qual é o negócio precisamente? Que clientes a empresa pretende atender? Qual será a tática para expandir? Qual imagem a marca quer transmitir? É comum, no entanto, encontrar empresários que não têm respostas para estas e outras perguntas. Sem saber o rumo a ser tomado, é provável que ocorram falhas em todos os processos. Um dos princípios do planejamento estratégico diz que se “alguém demora mais de um minuto para definir claramente o negócio da empresa, é porque ele deve ser redefinido”.

Missão, valores, filosofia, estratégia, processos, indicadores e responsabilidades são elementos que, além de bem resolvidos, devem ser disseminados entre o público interno. De nada adianta apenas colocar um quadro na parede com tais princípios se eles não forem devidamente implantados. Por fim, é necessária a composição adequada do quadro de funcionários, com competências e perfis adequados para gerenciar cada um dos processos.

Este simples exercício de definição ou revisão é suficiente para dar início ou redirecionar qualquer atividade empresarial. Sem perder tempo em trabalhos e ações improdutivas, a empresa tem foco e orientação voltados apenas para seus objetivos. É o passo essencial para sobreviver em mercados cada vez mais competitivos.

Para planejar bem, recomenda-se atenção aos cenários externo e interno. O primeiro inclui concorrentes, clientes, variações econômicas e políticas, legislação, tendências de consumo etc.; já o segundo diz respeito a desempenho e eficácia, indicadores gerenciais, motivação e comprometimento do pessoal, recursos disponíveis e fatores que possam influir nos resultados.

Em última instância, a cultura empresarial precisa ser modificada para que cada ação futura esteja alinhada às decisões principais, incluindo as possíveis variações do negócio, mudanças de cenários, possibilidade de melhorias nos processos de operação e pessoal. Não basta trabalhar com só um dos fatores, todos devem ser incluídos de forma a trazer dinamismo e agilidade, diferentemente do pensamento associado ao planejamento estratégico.

Paulo Ancona Lopez é diretor da Vecchi & Ancona, consultoria de gestão, estratégias, redes de negócio e competências. É também co-autor do livro “A Nova Era do Franchising”. ([email protected])

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