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Novas tendências do varejo brasileiro

Autor: Marcelo Murin
Semana passada, o Grupo Carrefour inaugurou sua primeira loja da bandeira Supeco no Brasil. De origem espanhola, a marca atua no ambiente de atacarejo, com foco nos pequenos varejistas e consumidores finais. A loja foi inaugurada na cidade de Sorocaba e completa a estratégia da companhia de atuar em todos os ambientes de varejo existentes no país, com um formato mais compacto e com os mesmos diferenciais de preços e sortimento que o Atacadão, líder do segmento e também pertencente ao mesmo Grupo.
Esta é uma demonstração clara da mudança do comportamento do shopper no Brasil, o que também fica reforçado pela inauguração em agosto, de mais uma bandeira do Grupo Carrefour, a primeira loja Carrefour Express, com o conceito de loja de vizinhança, sortimento e quantidades reduzidas. Sabe-se há algum tempo, que o formato hipermercado vem perdendo relevância na escolha do shopper como local preferido para realizar suas compras e, em decorrência disto, os grandes grupos varejistas que atuam no país, tanto nacionais quanto multinacionais, estão investindo na abertura de novos formatos. 
Com a estabilidade econômica que o Plano Real trouxe ao Brasil nos últimos 20 anos, o shopper mudou seu comportamento de compra, deixando de realizar grandes compras mensais de abastecimento nas lojas de hipermercado. Com isso, este ambiente de varejo começou a perder sua identidade, com vasto sortimento disponível, localizações distantes e de difícil acesso a quem não tem carro, normalmente.
Além disso, com a piora da locomoção das pessoas nas grandes cidades, com trânsito cada vez mais caótico, o shopper diminuiu muito suas idas aos hipermercados, que passaram a agregar serviços dentro de suas lojas, para tentar segurar esses clientes que estavam evadindo para outros ambientes de varejo. De certa forma, este movimento de agregar serviços, e também trabalhar fortemente ações promocionais, permitiu que os hipermercados e supermercados, conseguissem segurar em parte sua queda. No entanto, em paralelo, temos visto o grande crescimento de dois ambientes de varejo cada vez mais representativos e relevantes para o shopper brasileiro: o atacarejo e as lojas de proximidade.
O atacarejo por sua vez, apesar de em termos de localização das lojas ser muito semelhante ao hipermercado, apresenta um loja de característica muito “espartana”, com sortimento menor, grandes volumes e grandes quantidades de produtos, o que dá uma percepção de baixo preço ao shopper. Com a estrutura proposta, seu custo operacional é reduzido e com isso consegue-se trabalhar com preços mais atrativos de fato.
Já as lojas de vizinhança ou proximidade, oferecem mais conveniência ao shopper. Estão localizadas perto de suas residências, onde muitas vezes o consumidor pode se deslocar caminhando. O sortimento trabalhado é bem reduzido e traz itens de valor agregado maior, pois a percepção de preço do shopper é diferenciada, já que ele sabe que está pagando pela conveniência nestes casos.
Com estas evidências, fica muito claro que o comportamento do shopper brasileiro, vem alterando a forma do varejo atuar no mercado, e com isso diferenciando e agregando as alternativas de compra. Como consumidor e shopper acho excelente ter muitas opções de compras para comparar. Como homem de negócios, ficaria muito atento as estes movimentos para aproveitar todas as oportunidades de mudança que o mercado tem apresentado. Fica a dica.
Marcelo Murin é sócio-fundador da Officina di Trade.

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