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O lugar do consumidor na crise



A crise econômica mundial e seu impacto no consumo das famílias ganharam uma nova urgência na pauta das empresas. A “terapia de compras” parece não funcionar mais para acalmar os brasileiros que se dizem ansiosos com o futuro e os que planejam uma redução consciente e seletiva de consumo, de acordo com um novo relatório do The Boston Consulting Group (BCG), consultoria em estratégia e gestão empresarial.

 

No estudo Winning Consumers Through the Downturn: Relatório BCG 2009 sobre o Sentimento do Consumidor, realizado com 21.800 consumidores em 13 países, o BCG identificou que 55% dos brasileiros pretendem reduzir gastos nos próximos 12 meses, o que coloca o País no mesmo nível das regiões mais afetadas pela crise, como Estados Unidos (58%) e Europa (59%), e o diferencia de Índia (34%) e China (26%). A consultoria também identificou que existe uma aceleração da tendência de trading down, isto é, a propensão do consumidor a comprar produtos mais baratos em determinadas categorias.

 

Segundo Olavo Cunha, sócio do escritório do BCG em São Paulo, os consumidores demonstram estar mais pessimistas em relação ao que é apontado pelos índices atuais de confiança. “Isso pode indicar que estamos apenas defasados em relação aos países desenvolvidos”, explica o executivo. “Por outro lado, a melhoria no humor do consumidor é a chave para uma recuperação econômica mais rápida, dados os sólidos fundamentos macroeconômicos do Brasil”, conclui Cunha.

 

A boa notícia, segundo o BCG, é que o consumidor brasileiro está aprendendo novas maneiras de aliviar a ansiedade sobre o futuro e balancear o orçamento. As famílias planejam passar mais tempo em casa, por exemplo, e aguçam o faro por ofertas de valor, para mudar os canais de compra e redescobrir o conceito de frugalidade. Neste momento, ganham as categorias associadas ao cuidado com a saúde e ao bem-estar da família, além das pequenas autoindulgências. Em contrapartida, perdem as categorias de maior dispêndio e que podem ser adiadas.

 

Cunha ressalta que as famílias brasileiras que melhoraram os rendimentos nos últimos cinco anos (vide o aumento da classe C) não querem perder o status nem a realização conquistados. “Essas famílias não vão mais comprar indiscriminadamente produtos premium ou que ofereçam status. Vão comprar seletivamente, e em poucas categorias”, alerta. O relatório do BCG aponta que mais de 90% dos consumidores pretendem reduzir em até 20% os gastos com viagens, decoração, vestuário e linha branca este ano. Por outro lado, categorias como alimentos frescos, lácteos, café e até pequenas concessões como chocolate devem ter suas vendas estáveis ou registrar aumentos tímidos em relação ao ano passado.

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