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O novo desafio das empresas de TI


Paulo M. Macedo

O projeto do governo federal que fixa regras para a criação de um cadastro positivo dos consumidores, mais que uma alternativa para ampliar o crédito e reduzir juros, é um desafio para instituições financeiras e empresas de TI (tecnologia da informação).

Para não ser injusto com o consumidor e não aumentar demasiadamente os custos para se adaptar ao projeto, cabe aos especialistas em tecnologia criar soluções eficazes para o setor financeiro.

Pelos atuais cadastros de inadimplência, um bom pagador, que eventualmente tenha deixado de pagar uma conta, tem seu crédito cortado. O projeto visa facilitar o acesso do cidadão comum a empréstimos bancários ou crediários de lojas por meio da maior divulgação dos nomes e dos históricos de quem mantém os pagamentos em dia.

Hoje, só existem bancos de dados com nomes de pessoas ou empresas que deixam de pagar prestações por um empréstimo ou por um serviço público, colocando no mesmo patamar pessoas que devem quantias diferentes. Os chamados “cadastros negativos” são administrados por empresas privadas. O projeto estabelece regras para o funcionamento e uso de dados positivos.

Está justamente aí o grande desafio das empresas de TI. Elas terão a responsabilidade de permitir que as instituições financeiras possam reunir informações rapidamente, não apenas a partir de suas bases de dados, para tomar decisões compatíveis com a realidade do cliente. Aí se coloca mais uma tarefa para os departamentos e empresas de TI, ao passo que a coleta vai depender também da base das próprias instituições, que podem ter lacunas, impossibilitando um levantamento preciso.

A área da Tecnologia da Informação que mais apresenta crescimento no Brasil é a de BI (Business Intelligence), especialmente a que envolve o setor de Data Quality. Ou seja, tudo o que engloba a criação e a operação de ferramentas destinadas a melhorar a qualidade do Cadastro de Clientes de uma determinada empresa. O Data Quality, portanto, é a solução mais viável para individualizar as informações dos consumidores, justamente o que se propõe o cadastro positivo.

O ponto de partida para o sucesso na formação do cadastro está no investimento do Data Quality. Que tem entres seus recursos softwares como o CRM (Costumer Relationship Management) e o DBM (Data Base Management). Essas ferramentas, acopladas aos seus sistemas de processamento, vão permitir que as instituições financeiras segmentem melhor sua base de clientes.

Em longo prazo, o projeto promete um aumento da qualidade e quantidade do fornecimento de crédito, mas o primeiro passo é dispendioso, tanto para a sociedade, quanto para as instituições que vão se ver obrigadas a investir e preparar seus bancos de dados para atender à demanda.

Mas o esforço vale a pena. Um Estudo do Banco Mundial mostra que, quanto mais as informações sobre clientes forem positivas na análise do crédito, maior é a oferta de dinheiro no país. Hoje, a maioria dos países desenvolvidos utiliza o cadastro positivo para avaliar o perfil de risco do cliente na hora de emprestar dinheiro. Na Colômbia e no México, economias mais próximas à brasileira, o cadastro já existe e tem-se mostrado eficiente.

Paulo M. Macedo, diretor geral da Novabase Brasil Forward.

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