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O novo varejo

Autor: Marcelo Chianello
Como declarou Peter Drucker, para sobreviver e ter sucesso, cada organização tem de se tornar um agente da mudança. A forma mais eficaz de gerenciar a mudança é criá-la. Exatamente com esse propósito, os maiores varejistas do mundo e fornecedores para o setor se reuniram, na última semana, na NRF Big Show 2019, em Nova Iorque. Ao contrário do que se dizia, a feira mostrou que o avanço da tecnologia não significará o fim do varejo. Grandes marcas estão alavancando seus negócios com o uso de Inteligência Artificial, Big Data e Internet das Coisas (IoT) para agregar diferenciação no atendimento ao shopper. As empresas desse segmento estão usando a tecnologia para aprender, entender e entregar o que os clientes desejam, de forma totalmente personalizada e única.
Já começamos a era do superconsumidor, cuja jornada pode ser resumida a partir da combinação de tecnologia que privilegia identificar o indivíduo, alinhada a uma série de novas ideias, gerando uma verdadeira revolução e atraindo cada vez mais shoppers para dentro das lojas e, em paralelo, também aumentando as receitas das vendas via e-commerce. O presente já é fígital, e será cada vez mais.
A utilização de tecnologia nas lojas vai além das soluções usadas nas gôndolas, displays e sistemas de checkout com autoatendimento. O novo varejo inclui, também, a adoção de ferramentas inovadoras que englobam toda a estratégia de Customer Experience, do pré ao pós-venda. A proposta é tornar a relação entre os clientes e as marcas ainda mais inteligente e completa. É nesse sentido que a tecnologia, sobretudo com a implementação de programas e plataformas orientados por dados, tem se mostrado importante e eficaz para as companhias.
Durante os dias da NFR 2019 e as diversas visitas técnicas no varejo, cada vez mais disruptivo, acompanhei uma série de exemplos que mostram porque a integração entre as diferentes plataformas de atendimento é uma das mais valiosas formas de gerar mais oportunidades e receitas para as empresas. Estamos falando, de um processo amplo, capaz de identificar, monitorar, agrupar e analisar um conjunto de dados fornecidos pelos clientes por meio das ferramentas digitais, APPs e sites corporativos e, ainda, pelos canais físicos, como a experiência dentro das lojas, IoT e o contato com os atendentes.
Em uma era marcada pela disputa por informações, as empresas estão finalmente se dando conta que os dados oferecidos pelos clientes valem mais do que ouro. Consultorias internacionais como o Gartner, indicam que 90% das companhias colocarão a gestão de dados como parte de suas estratégias de negócios até 2022.
A boa notícia, nesse caso, é que as principais fontes para coleta de informações já fazem parte do dia a dia da maior parte das organizações varejistas. Para que essa base de dados construída ao longo de toda a jornada de compra seja de fato uma vantagem competitiva, é importante que as companhias também busquem parceiros com conhecimento e experiência nesse setor.
Uma outra tendência observada em campo, é que marcas estão convidando o consumidor a construir o produto que deseja levar para casa. Lojas de vestuário estão operando com espaços de customização, atraindo cada vez mais públicos de diversas idades, valorizando o co-criar.
O caminho de inovação e exclusividade é usado para aprimorar o relacionamento com consumidores, criando experiências diferenciadas conforme as preferências de cada shopper. A possibilidade de reter informações ao longo de toda a jornada de consumo pode representar uma oportunidade prática para criar experiências muito mais interessantes e eficazes.
A atuação Omnichannel é muito mais do que um simples diferencial. Investir na integração multiplataforma é uma chance de se criar formas práticas para se relacionar e reter os consumidores, e também de aproveitar todos os canais e oportunidades para conhecê-los melhor. Isso é especialmente importante tendo em vista que estudos de mercado já deixaram claro que fidelizar o consumidor atual pode ser até 50% mais barato quando comparado ao esforço de trazer um novo cliente. A inteligência que a tecnologia agrega para os negócios reduz custos e protege a rentabilidade das operações.
A evolução da tecnologia e a oportunidade trazida à tona com os sistemas de análise de dados estão agregando inteligência ao processo de vendas, tanto na experiência in-store quanto em relação a todo o Customer Service. O Brasil está em busca dessa transformação! Falta saber quais marcas e organizações terão mais apetite na inovação, que se faz com buy, built and partner, a fim de acelerar a transformação dos Pontos de Vendas (PDVs) em verdadeiros Centros de Experiência de Consumo.
Marcelo Chianello é CEO da Liq.

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O novo varejo

As lojas físicas aumentarão o potencial de crescimento se investirem na experiência digital de compra. É o que revela a Pesquisa de Tendências Digitais para o Varejo em 2019, da Riverbed, que traz insights e perspectivas dos consumidores. Dentre os 3 mil entrevistados, 89% afirmaram que uma experiência positiva durante a compra digital tem tanto impacto para gerar fidelidade à marca quanto o preço e 79% acreditam que para as lojas físicas se manterem competitivas, devem se adequar à essa tendência e garantir uma experiência digital de qualidade em um período máximo de três anos.
“Isso não significa que os varejistas precisam investir em todas as tecnologias que surgem, mas encontrar o ponto ideal entre tecnologia e expectativas do consumidor, além de ter a infraestrutura correta para apoiar as iniciativas digitais e capacidade de medir e gerenciar a experiência digital do cliente”, explica Eduardo Lopes, country manager da Riverbed para a América Latina.
Ainda segundo a pesquisa, após uma experiência digital satisfatória, 47% dos entrevistados decidiram visitar a loja física da marca. Dentre os recursos mais importantes para os consumidores, em primeiro lugar vem o carregamento rápido de sites e apps (57%), seguido por um design atrativo incluindo fotos e vídeos (54%). Foram avaliados também aplicativos de cupons de desconto, fidelidade e prêmios (45%), opção de comprar online e retirar na loja física (43%), avaliações (40%), acesso rápido ao SAC via chat (36%) e recursos interativos de personalização e pré-visualização de produtos (25%).
Experiência digital 360º
Para os consumidores, a experiência digital não se limita à plataforma online. Eles esperam que mesmo nas lojas físicas os varejistas ofereçam serviços e recursos que melhorem a experiência de compra. Entre as ofertas mais populares estão o Wi-fi (34%), app mobile específico para lojas (27%), recebimento de nota fiscal por e-mail (25%), oferta de cupons de desconto (22%) e totens de autoatendimento para realizar pedidos e assistente virtual (menos de 14%).
Por outro lado, levar os clientes para a loja física exige investimento em novas tecnologias ou espaços digitais para incentivá-los. De acordo com a pesquisa, o principal recurso seria uma compra automatizada, sem a necessidade do vendedor (36%), seguido de prateleiras inteligentes com sensores automáticos para manter o estoque (29%), realidade virtual aumentada (23%) e a abertura de uma loja temporária em local de alto tráfego (22%), modelo conhecido como pop-up.
Homem vs. Máquina
Outro ponto que divide opiniões é o serviço de entrega de produtos via drone. Enquanto 43% dos consumidores apoiam (24% acham boa ideia e 19% acreditam que seja eficiente), 57% discordam (sendo que 35% acham a opção desnecessária e 22% não acreditam na eficiência do serviço).
Quando se fala em atendimento, embora, 85% digam que gostariam de interagir com os humanos em vez de um robô, pelo menos em parte da experiência de compra, o cenário muda quando se trata de detalhes específicos. Para trocas ou ajuda para localizar um item, mais da metade dos entrevistados gostaria de interagir com humanos, enquanto a tecnologia ainda é favorita para compras (63%) e recomendações (67%). Outros 15% afirmam que todo atendimento humano poderia ser facilmente substituído por um chatbot.
Satisfação do cliente
Não há nada pior do que um consumidor insatisfeito e 71% dos compradores que tiveram uma experiência digital ruim decidiram comprar em outra loja (39%), contaram aos amigos e família sobre a experiência negativa (38%), entraram em contato com o SAC para reclamar (27%), devolveram a compra (26%) e postaram avaliações negativas na internet (19%).
Se por um lado, os consumidores anseiam por ótimas experiências digitais por outro, muitos ainda ficam com o pé atrás quando se trata de lojas que usam dados pessoais para oferecer experiências mais personalizadas. A maioria (54%) prefere não sacrificar seus dados pessoais, enquanto 46% estão dispostos a fornecer os dados em troca de um serviço mais personalizado.

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