Centrada nos pequenos empreendedores e presente no país desde 2013, a fintech alemã de pagamentos móveis SumUp aproveitou as consequências do isolamento social, durante a pandemia, para acelerar sua transição. Mesmo mantendo o core business dos sistemas de meios de pagamentos, transformou-se em uma organização de serviços financeiros propondo-se a oferecer um ecossistema completo para digitalizar e bancarizar a base de clientes. Além de continuar avançando com o negócio das maquininhas de cartões, a organização criou link de pagamentos on-line, conta bancária e acaba de lançar o SumUp Antecipa. Os detalhes desse movimento da companhia foram compartilhados, hoje (24), por Carlos Grieco, diretor executivo de payments business unit da SumUp, ao longo da 292ª live da série de entrevistas dos portais ClienteSA e Callcenter.inf.
Ele iniciou a conversa com o cenário deparado pela organização no início da pandemia, primeiro internamente, com a migração para o modelo de home office, e o panorama externo, este ainda mais desafiador para a fintech alemã. Isso porque a base de clientes é formada por pequenos empreendedores, autônomos que sofreram mais diretamente os efeitos do isolamento social, o que impactou, direta e negativamente, também, os negócios da SumUp, “pela simbiose que tem com as atividades desse público”, nas palavras de Grieco. Segundo o executivo, agindo com rapidez, a primeira iniciativa foi reestruturar os times e reorganizar a empresa criando frentes de aproximação com os clientes para entender como atenuar as dores e anseios. Entretanto, havia um aspecto da empresa que favoreceu essa reação: “nosso mindset, verdadeiramente disseminado por toda organização, de velocidade e flexibilidade de decisões e ações. O hábito da experimentação, com rápidos ajustes, algo que marcou a história de crescimento vertiginoso da SumUp”.
Nessa linha, tranquilizar os times para a possibilidade de correr riscos e realizar experiências foi crucial para a retomada do sucesso a partir do segundo semestre de 2020. A mudança de comportamento das pessoas na maneira como realizam as compras levou a fintech a acelerar projetos que levariam mais tempo para se concretizar. Como empresa cujo core são os meios de pagamentos, o primeiro movimento foi oferecer também, além das maquininhas, um link de pagamento que permite aos clientes realizarem as vendas on-line. Algo muito simples, inclusive pelo Whatsapp e que já era aplicado pela organização em outros países. “Rapidamente espalhamos essa providência por toda a nossa base e continuamos mantendo nossa cultura muito dinâmica de ouvir os nossos clientes e prospects por meio de todos os times. Compreender suas dores, recolher os inputs e trazer para inovar ou adaptar produtos.” Como exemplo desse hábito enraizado na organização, Grieco citou uma reunião realizada às sextas-feiras envolvendo toda a empresa. Nesse dia, os colaboradores que atuam na ponta do negócio expõem, de forma direta para as lideranças, tudo o que está acontecendo no cotidiano junto ao mercado.
Falando, então, do novo perfil da organização com os aprendizados e decisões nessa transição, o diretor executivo explicou que a SumUp, de vendedora de maquininhas, como se caracterizava até 2019, se tornou hoje uma empresa de serviços financeiros. A fintech oferece, de acordo com ele, toda uma estrutura para os clientes venderem digitalmente. Como exemplos, além do link de pagamentos, citou a rápida abertura de websites e de conta bancária na empresa. E, nessa esteira, mencionou ainda o recente lançamento que é o SumUp Antecipa, possibilidade de os clientes receberem antecipadamente, junto à fintech, o dinheiro resultante de suas vendas em qualquer período. “Conversando com os pequenos empreendedores de nossa base, percebemos a extrema relevância desse crédito, a preços justos, pela necessidade que estão tendo de capital de giro. É a defasagem acentuada, no período atual, entre os custos fixos e a diminuição de receita. Um vácuo de caixa que precisa ser preenchido.” Em resumo, diz o executivo, a SumUp deixou de ser uma organização de monoproduto para se transformar em uma espécie de one stop shop para o pequeno empreendedor brasileiro.
Grieco considera esse mercado de atuação da empresa como “subpenetrado”. Ou seja, há ainda milhões de donos de pequenos negócios que perdem vendas por não aceitarem cartões, condições de oferecer qualquer tipo de crédito aos compradores ou mesmo digitalizar o empreendimento. “Dessa forma, há muito potencial de penetração para os fornecedores dotados de alta tecnologia e cultura de atender aos pequenos negócios.” Nesse sentido, falou do aporte de recursos recebido recentemente, investimentos que considera naturais em uma organização que, disse ele, é rentável nos mais de 30 países onde opera, e que serão revertidos em ampliar o ecossistema digitalizado, levando prosperidade aos pequenos empreendedores do país.
O vídeo com o bate-papo na íntegra está disponível em nosso canal no Youtube, o ClienteSA Play, junto com as outras 291 lives realizadas desde março de 2020. Aproveite para também para se inscrever. A série de entrevistas terá sequência amanhã (25), com o “Sextou”, que encerrará a semana debatendo a questão da desjudicialização nas empresas, com a participação de Maria Carolina Santos, gerente de excelência da Gol, Beatriz Dias, ouvidora do Banco Safra e Maurício Lambstain, diretor de relacionamento com clientes, compliance e DPO do Ekko Group.