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O raio-x do setor supermercadista em 2016

Mesmo em um ano de instabilidade econômica, o setor supermercadista brasileiro faturou R$ 338 bilhões em 2016, representando um crescimento nominal de 7,1% em relação ao ano anterior, o que significa 5,4% do PIB brasileiro. O Estado de São Paulo registrou um crescimento nominal de, aproximadamente, 10%, com faturamento de R$ 102 bilhões. Para 2017, a expectativa é de que o setor supermercadista tenha um crescimento nas vendas de 1,5% a 2,5% neste ano. Esses dados fazem parte das pesquisas realizadas pela Associação Paulista de Supermercados, APAS, em parceria com as empresas Nielsen, Kantar Worldpanel, GfK e Ibope, a partir de dados coletados no ano passado.
O estudo da Nielsen mostra que a trajetória do consumidor brasileiro em 2016 foi caracterizada por um cliente mais empoderado, ciente das escolhas, porém, com pressão no bolso. A análise defende que a troca por marcas mais baratas dentro dos supermercados foi o último passo adotado pelo brasileiro para driblar esse cenário desafiador. Entre as principais características de comportamento percebidas de um modo geral, estão: 42% dos entrevistados migraram para marcas mais baratas; 22% reduziram o gasto no supermercado e consumiram menos, mas sem trocar marcas; 7% retraíram a alimentação fora do lar ou lazer; enquanto que 5% diminuíram gasto com vestuário e bens duráveis.
“O lado positivo é que antes de trocar de marca, 58% buscam outras medidas para economizar, sem impactar na lealdade, e 18% afirmam que não mudou hábitos ou cortaram gastos”, destaca Rodrigo Mariano, gerente de Economia e Pesquisa da APAS. “É possível perceber também que categorias supérfluas foram sacrificadas e que, para determinados produtos, as embalagens grandes são uma alternativa, a chamada ´Escolha Inteligente”, completa.
Para atrair o consumidor, os supermercados priorizaram estratégias alinhadas à economia. Entre elas, destaque para os programas de fidelidade, que chamam a atenção por desconto em produtos, reembolso, brindes e frete grátis. O setor mostra que 53% dos brasileiros participam de algum programa de fidelidade, contra 67% da média global. Ou seja, há espaço para crescer. Semanas com promoções também representaram forte incremento no volume de categorias de alto consumo.
A pesquisa da Kantar Worldpanel também mostra quais os fatores de decisão para o consumidor escolher a loja a comprar. Na liderança estão as ofertas e promoções, eleita por 55% dos entrevistados como melhor atrativo nas compras. Confiança vem em segundo lugar (51%), seguida por preocupações como produtos de qualidade (50%), limpeza e ordem (48%), e proximidade (48%). O estudo reforça aponta ainda que o consumidor tem preferências por tipos de promoções: a ação campeã na lista do brasileiro é a “Leve Mais, Pague Menos”, eleita por 68%, seguida por promoções como Descontos (64%), Leve e Pague (57%), Produtos Grátis (25%) e Produto com Brinde (23%). “Assim, é possível verificar que o consumidor busca vantagem imediata”, destaca Mariano. “Já a estratégia de vendas de marcas próprias dentro das lojas cresceu 13,4% contra 9,6% das marcas fabricantes”, complementa.
A Pesquisa da Nielsen revela ainda que a geração Millennials, ou geração Y, que compreende jovens nascidos entre 1980 e meados da década de 1990, é a mais engajada quando o assunto é fidelidade. Em 2016, esse público reduziu mais de 50% da alimentação fora do lar e se mostrou mais leal às marcas. O estudo afirma que os Millennials até reduzem o gasto no supermercado e compraram menos, porém, sem trocar as marcas de que mais gostam. Outra percepção sobre essa geração é que o grupo de itens básicos integra produtos como água de coco, cappuccino e misturas alcoólicas. “É importante o supermercado gerar aderência no jovem de hoje, a fim de assegurar a longevidade da relação com esses clientes que envelhecerão e serão maioria no futuro”, explica o gerente de Economia e Pesquisa da APAS.
TERCEIRA IDADE SERÁ A BOLA DA VEZ
Atualmente, a população acima de 50 anos representa 1/3 dos consumidores brasileiros. Porém, a maior fatia de clientes, com o maior gasto (67%) nos supermercados, está concentrada nas pessoas de até 49 anos (58%), de acordo com a Kantar Worldpanel. “Considerando que essas pessoas envelhecerão, até 2040, homens e mulheres com mais de 50 anos terão o maior poder de compra”, afirma Rodrigo Mariano.
Dentro das lojas, segundo a análise da Nielsen, a maioria desses consumidores mais sêniores busca por praticidades, como carrinhos elétricos (41%), assistência com sacolas de compras (36%) e seções exclusivas de produtos voltados às suas necessidades (34%). Na hora da compra, esse público escolhe rótulos fáceis de ler (50%), alimentos para dietas com necessidades nutricionais especiais (45%), embalagens de alimentos com porções menores (44%), embalagens de produtos fáceis de abrir (43%) e rótulos com informações nutricionais claras (43%).
CLIENTE EMPODERADO
O Ibope inteligência traz um cenário em que cerca de 40 milhões de brasileiros, 25% da população, declara estar mais atenta aos seus direitos como consumidores. Entre as categorias etárias, jovens entre 16 e 24 anos são campeões nesta atenção, com 30% do total, seguidos por adultos de 25 a 34 anos (28%), de 35 a 44 anos (27%), 45 a 54 anos (25%) e pessoas com 55 anos ou mais (16%). Entre as classes econômicas, as fatias se dividem em classes A/B (33%), classe C (25%) e classes D/E (17%). Os homens (28%) estão mais antenados em relação aos direitos de consumidor quando comparados às mulheres (22%).
Já a maior porcentagem de pessoas que declararam ter reivindicado formalmente uma solução junto à empresa que as prejudicou está empatada nas faixas etárias de 35 a 44 anos e de 45 a 54 anos, ambas com (12%), seguidas também por um empate de consumidores de 16 a 24 anos e de 25 a 34 anos (11%), acompanhados na sequência pela terceira idade (8%). Entre as classes econômicas, as fatias se
dividem em classes A/B (13%), classe C (11%) e classes D/E (7%). Os homens representam 12%, enquanto que as mulheres (10%).
Quando a comparação é entre pessoas que declararam ter deixado de frequentar um supermercado por problemas com produto e/ou atendimento, os resultados são: 16 e 24 anos (45%), 25 a 34 anos (44%), 35 a 44 anos (38%), 45 a 54 anos (33%), 55 anos ou mais (25%). Entre as classes econômicas, as fatias se dividem em classes A/B (47%), classe C (38%) e classes D/E (26%). Entre homens e mulheres, o resultado é representado por 39% e 35%, respectivamente. “O crescimento do empoderamento dos consumidores pode ser medido uma vez que estão cada vez mais atentos a promoções, comparações entre marcas, quantidades e tamanhos de produtos, percepção de variações de preços e não se deixam seduzir facilmente”, diz Rodrigo Mariano.

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