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O varejo vai salvar o planeta?



Autor: Edson Manzano

 

Podemos imaginar o mercado como uma corrente, em que cada elo (consumidor, varejista, atacado/distribuidor, fabricante, fornecedores de insumos, prestadores de serviços) fortalece o outro à medida que faz a ligação para o próximo, criando a famosa cadeia de valor. E não há dúvidas do que faz essa corrente girar: dinheiro. Quanto mais fortes os elos (ligados por meio da qualidade, inovação, relacionamento etc.) maior a capacidade de gerar mais dinheiro para toda a cadeia, certo?

 

Pela maneira mais dolorosa possível, estamos aprendendo que isso não é bem verdade. Resultados financeiros são e continuarão sempre a ser importantes, mas não se constituem no único impulsor da cadeia de valor. A prova é a atual crise mundial pela qual passamos.

 

Na verdade, vendas, faturamento, dividendos, lucros e tudo o mais relacionado a dinheiro no bolso são conseqüências e não causas. Os verdadeiros propulsores da corrente do mercado hoje estão relacionados à preservação do meio ambiente, responsabilidade social corporativa e investimentos sociais privados. Ou seja, a sustentabilidade é a verdadeira cadeia de valor em que todos nós como cidadãos, consumidores, profissionais, executivos, empresários e acionistas estamos envolvidos. A ligação direta entre as necessidades e expectativas do consumidor e o relacionamento com uma diversidade de fornecedores fazem do varejo o principal elo desta cadeia.

 

O melhor exemplo desta iniciativa vem sendo dado pelas redes de supermercado. Se por um lado elas próprias estão adotando medidas radicais para reciclar lixo e reduzir a emissão de poluentes, por outro passou a exigir dos fornecedores certificações sócio-ambientais para garantir que os produtos comercializados em suas lojas não fossem resultado de desmatamento, trabalho infantil ou pesca predatória. Como conseqüência, a indústria e o comercio em todo o mundo estão adotando práticas sócio-ambientais e, aos poucos, se conscientizam sobre a importância da sustentabilidade.

 

Atuar com responsabilidade socioambiental, portanto, tornou-se uma estratégia de negócio que abre uma série de novas oportunidades para todos os envolvidos na cadeia de valor. Dessa forma, quem já tinha um planejamento baseado em ações de sustentabilidade deve manter os planos, mesmo que pareça uma tarefa árdua com a chegada de tempos difíceis. Cortar investimentos na área, nesse momento, pode acabar trazendo muitos prejuízos no futuro. Quem ainda não se preocupou com o tema, sugiro que o faça logo, pois o mercado está dando muitos indicativos que deixar para cuidar das pessoas e do meio ambiente depois da crise pode ser tarde para a empresa.

 

Edson Manzano é diretor da Cromo Steel.

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