Pessoas apoiam mudança de rótulos

De 2.651 entrevistados, 93,3% afirmam que uma embalagem com informação na frente ajudaria na compreensão sobre itens nos produtos. Esse é um dado do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), que identificou as dificuldades das pessoas para entender as informações nas embalagens. Inclusive, o Idec defende a mudança de rotulagem dos produtos e permite que o consumidor identifique a composição de produtos não saudáveis com mais rapidez. 
 
No levantamento, foram apresentados modelos de rótulos frontais e o utilizado pelo Equador obteve 71,2% de aprovação. Ele tem como base um semáforo e indica se o alimento tem teor baixo, médio ou alto (verde, amarelo e vermelho) de nutrientes críticos, como sódio, açúcar e gorduras. Outros países, como Reino Unido e Austrália, também já seguem as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) de inserir de forma fácil a informação nutricional na frente da embalagem. 
 
As características nutricionais como quantidade de calorias, teor de sódio, gorduras e carboidratos são informações obrigatórias, desde 2003, mas a regra atual obriga sua colocação apenas na parte de trás das embalagens, em uma tabela. Embora tenha o objetivo de  informar o consumidor, apenas 39,6% dos entrevistados dizem compreender parcialmente ou muito pouco da rotulagem nutricional atual. Entre os fatores apontados que dificultam o entendimento estão o tamanho da letra (61%), o uso de termos técnicos (51%) e a poluição visual do rótulo (41,6%). 
 
De acordo com a pesquisadora e nutricionista do Idec, Ana Paula Bortoletto, tais falhas dificultam o direito à informação clara e correta. “Algumas melhorias são cobranças antigas, como a inclusão do açúcar na tabela nutricional (apoiado por 98,3%) e a padronização da informação por 100g ou por embalagem e não por porção (defendida por 80% dos entrevistados)”, explica.  
 
Para o Instituto, os resultados do levantamento demonstram a preocupação dos consumidores com a alimentação e seu apoio a melhorias. Além disso, servem de base para que o ele pressione a Anvisa no desenvolvimento de novas regras, seguindo o exemplo de países que utilizam rótulos frontais para destacar os riscos à saúde.

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