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Quer andar de carro velho!

A isenção e redução do IPI fizeram a indústria automobilística crescer consideravelmente nos últimos anos. Com isso, outros setores também saíram ganhando, como bancos, financeiras e consórcios, ao concederem crédito em condições facilitadas – juros baixos e diversas parcelas – para quem quisesse comprar ou trocar veículo. Porém, a situação econômica atual é desanimadora. Com a inflação subindo cada vez mais, a medida governamental para tentar brecá-la é desestimular o consumo, o que pode ser observado pela desproporção entre os ajustes fiscais e o salarial. Dessa forma, a expectativa para o mercado de crédito automobilístico nesse primeiro semestre de 2015 não é muito promissora, diz Marcos Crivelaro, professor de finanças da FIAP.
Ele explica que as compras a prazo terão um custo maior para o consumidor por causa do aumento das taxas de juros de financiamento. “Com isso, a compra de carros novos de alto valor pode ser prejudicada. Carros mais baratos – populares – terão maior mercado”, aposta. O professor até acredita que, uma vez atingidas as metas fiscais do governo federal, as taxas de juros voltarão a cair de forma gradual, mas que, por ora, uma boa medida seria o incentivo a redução de impostos.
Diante desse cenário, quem concede crédito terá alguns desafios pela frente, principalmente com o risco da inadimplência subir dentro do setor, visto que o desemprego tende a crescer. Para os que não querem ficar no prejuízo, Crivelaro destaca que é importante que haja uma redução das taxas internas de financiamento e uma busca por carros mais baratos, a fim de tornar o financiamento mais acessível à população, que também vai juntar dinheiro para realizar esta transação. “A prática de economizar para dar uma entrada no ato da compra e tornar o saldo devedor menor torna, consequentemente, o financiamento mais barato”, pondera Crivelaro, que, no momento, apresenta otimismo somente para o setor de seminovos e usados.

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Quer andar de carro velho?


Rodrigo Pimenta

Ao mesmo tempo em que se ressalvam as novas fronteiras descortinadas pela realidade virtual, a tecnologia tornou-se um dos maiores vilões desses últimos tempos. Ela é culpada pelo ocaso do convívio social, pelo excesso de informação que confunde a cabeça dos jovens, pela falta de tempo, pela perda do limite entre o real e o fantasioso, e vamos parar por aqui, pois corremos o risco de não sairmos mais disso. Contudo, há uma inversão de valores nessa história toda, afinal de contas, como diria o outro, quando interpelado pelo fulano que esbravejava ao volante ao subir na calçada num momento de distração: “A culpa não é do carro, mas de quem o está dirigindo”. Assim é com toda a tecnologia que nos cerca: seus benefícios ou malefícios vão sempre depender exclusivamente do uso que se faz dela.

O relógio de ponto sempre foi visto como um vigilante. Era o terror daqueles que gostavam de dar uma esticadinha após o almoço e dos que queriam ir mais cedo para casa no final do dia. Hoje, entretanto, ele vem determinando e assumindo seu papel como um instrumento de logística, que permite direcionar o trabalho dos funcionários, através do gerenciamento do tempo que eles passam em cada atividade, alocando-os para tarefas em que demonstram maior agilidade.

Em outras palavras, de um mero instrumento de controle de entrada e saída, o relógio de ponto evoluiu tecnologicamente, estabelecendo -se como um diferencial que pode ser decisivo em mercados competitivos e de ampla produção. Bater o cartão, ou melhor, passar o crachá, ou indo além, afixar o indicador no leitor biométrico, tornou-se sinônimo de priorização de tarefas.

O capital humano é, sem dúvida, o maior patrimônio de qualquer empresa. A tecnologia é apenas uma ferramenta que viabiliza a condução equilibrada e contínua das tarefas do dia a dia. Longe da figura do bedel da escola, o relógio de ponto de hoje dá ao gestor a possibilidade de aferir em tempo real o comprometimento de todos em torno de um único objetivo: a alta performance.

Segundo o IMD Internacional (Global Competitiveness Yearbook), a produtividade do brasileiro anda em baixa se comparada aos outros países: 17.580 dólares ao ano contra, por exemplo, a Irlanda, que lidera o ranking com 80.237 dólares e os Estados Unidos, com 77.159 dólares/ano.

As pessoas estão com uma dificuldade cada vez maior de estabelecer um foco e se concentrarem numa única tarefa. Reuniões onde tudo é discutido, menos o que realmente interessa, checar e-mails o tempo todo, parar o trabalho para dar conta das burocracias internas, pedidos confusos e projetos mais do que genéricos em que tudo e, ao mesmo tempo, nada é exigido, atrapalham a produtividade de qualquer profissional.

Neste contexto, o relógio de ponto é apenas mais um elemento que auxilia a definição de metas, planejamento e organização interna, fatores que contribuem para um melhor rendimento do funcionário em um ambiente integrado, participativo e cooperativo, onde todos se sentem responsáveis por uma parcela do sucesso alcançado.

Enfim, cada tipo de trabalho tem seu ritmo. No entanto algumas premissas precisam ser levadas em conta para que todos dancem conforme a música. Se formos nos basear na música acelerada que vem tocando nos últimos tempos, definitivamente não dá para andar de carro velho e culpá-lo se ele pifar no meio do caminho.

Rodrigo Pimenta é diretor executivo da Madis Rodbel.

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