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Sem espaço para amadores?

Embora não deva atingir os 20% de crescimento esperado pelo relatório Webshoppers para este ano, o e-commerce brasileiro já faturou, no primeiro semestre de 2015, R$18,6 bilhões, aumento nominal de 16%, se comparado com o mesmo período do ano anterior. Ou seja, mesmo a fase de instabilidade econômica e incerteza dos consumidores parecem não ter abalado tanto o setor quanto outros segmentos do mercado. Por quê? O varejo eletrônico tem vantagens, inclusive, na economia. “Apesar de estarmos na mesma bolha, quando se fala do comércio online tem alguns fatores que continuam a ser favoráveis. Como aumento de pessoas que usam banda larga, que têm acesso à smartphones e, com isso, acesso à Internet”, explica Pedro Guasti, vice-presidente de relações institucionais da Buscapé Company, que tem integrado o E-bit, empresa responsável pelo relatório anual.
Por conta disso, talvez, o setor seja a última fronteira a ser atingida pela avalanche da crise, já que se tornou um refúgio para os consumidores, pois esses sabem que poderão encontrar melhores preços e uma maior possibilidade na comparação de valores e lojas. Sem contar que, se o cliente quiser realmente um produto ou serviço, basta ter acesso a Internet para comprar, seja de casa, da rua ou de qualquer outro lugar. “O e-commerce sempre tem uma relação mais privilegiada e quando isso acontece em tempos de crise, também tem essa oportunidade”, acrescenta o executivo. Não por menos que, de 2001 a 2014, houve crescimento médio de quase 40% ano nesse mercado. 
Essa rápida evolução em tão pouco tempo resultou não só em mais lucro, como no desenvolvimento das empresas presentes nesse setor. Guasti conta que, no começo, eram poucas as lojas virtuais, assim como consumidores confiantes em comprar nesse novo meio. Assim, compravam-se itens de baixo valor, como livros, CDs e afins. Sem contar que não havia também lojas especializadas ou que oferecessem uma grande gama de produtos. “O mercado foi ficando muito mais profissional e hoje não tem mais espaço para amadores”, comenta. “Houve um crescimento no número de fornecedores de tecnologia e de serviços para esse segmento. Há uma ampla oferta de plataforma de comércio eletrônico e todo um ecossistema de fornecedores para que uma empresa possa se estabelecer.”
Sem contar que o próprio consumidor também não é mais o mesmo. Ele está mais diversificado – não sendo mais um hábito de compra feito apenas por pessoas das classes AB -, mais seguro e sabe pesquisar as melhores ofertas e sites para seu consumo. Da mesma forma que promoções já não são a única forma de chamar sua atenção, como antes. Ele tem a postura de preferir pagar mais, inclusive o frete, se a qualidade da empresa, do atendimento e daquilo a ser adquirido forem melhores. 
Entretanto, o VP da Buscapé Company ressalta: mesmo estando mais maduro, o e-commerce brasileiro ainda tem muito a crescer. Isso porque são poucos os sites que se preocupam de fato com a multicanalidade. Não basta apenas estar presente em diversos canais. Mas, por exemplo, permitir que a pessoa compre no online e retire no físico, ou faça a troca no ponto de venda, entre outras oportunidades que somente grandes varejistas vêm investindo. “Algumas outras empresas não estão nem aí. Ela disponibiliza um canal de atendimento, algo para vender pela internet, mas não consegue fazer gestão comercial do negócio”, diz. “Se compararmos com o mercado americano, vemos que as grandes empresas estão preocupadas em fazer entregas em um dia, no máximo dois. Aqui ainda tem problemas logísticos e isso é um problema histórico.” 

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