De fato, abrir um novo negócio não é um processo fácil, pois exige que diversas etapas sejam concluídas e isso também, nem sempre, garante que a empresa terá sucesso. Mesmo que alguém crie uma loja no varejo on-line e não precise se preocupar com questões de estrutura física, diversos pontos precisam ser pensados para que o serviço seja efetivo. Por esta razão, muitas pessoas desistem da ideia de se tornarem empreendedoras, até pelos altos investimentos envolvidos. Esse é, na verdade, um grande motivo para que o marketplace esteja em ascensão no e-commerce, pois, muito além das vantagens que ele pode trazer aos consumidores, permite àqueles que desejam se tornar vendedores tenham oportunidade. “Como o custo de marketing é muito alto, o marketplace é uma solução muito boa para o vendedor, pois é possui um custo variável”, afirma Marcos Wettreich, CEO do MercadoPME.
Segundo ele, a dinâmica é positiva, pois enquanto os grandes varejistas e donos dos sites de marketplace possuem o ativo – que são uma maior base de consumidores, que compram em seu e-commerce, e estrutura para que a venda possa ser feita, como formas variadas de pagamentos e segurança, os vendedores se beneficiam desse ambiente para oferecerem seus produtos e também conquistarem espaço. “Agora, não podemos nos esquecer de que esse é um mercado ainda muito novo, então, ainda é composto por grandes empresas que disponibilizam espaço e, agora, vai surgir um período longo de outras empresas que vão começar a investir neste setor”, prevê.
Já para os clientes, na visão do executivo, as vantagens são simples: eles terão maior acesso a uma variedade de vendedores, em um único lugar, o que facilita a compra e pesquisa, bem como terão a transparência na hora da venda. “Se o cliente já compra em uma loja, como Americanas, ao comprar no marketplace dela continuará tendo a mesma experiência, mas com mais opções”, declara. O diferencial, realmente, está nos lojistas, que possuem uma porcentagem fixa de gastos. “Então, a vantagem do vendedor é ter o acesso a milhões de potenciais clientes a um preço definido.”
Enquanto isso, os grandes varejistas também ganham, com a possibilidade de poderem oferecer uma maior variedade de produtos, sem também haver um alto investimento, uma vez que já conta com sua base já estruturada. “Ele pode expandir o negócio dele com menor custo, então, é uma operação boa também para quem faz o marketplace”, conta Wettreich. Tanto que, para ele, os benefícios não envolvem nem tanto a fidelização, pois o cliente, na maioria dos casos, já conhece as empresas donas do site ainda já podem estar fidelizados, mas a vantagem é exatamente a maior facilidade de realizar a venda. “A fidelização, nesse momento, não é o principal ponto de definição, porque o primeiro ponto é começar a vender e depois o lojista vai ver como ele quer fidelizar esse cliente”, explica. Ou seja, uma vez neste mercado, o vendedor pode depois criar suas formas de atração de público, seja através de promoções, qualidade dos produtos, brindes e outros diferenciais.
Já a empresa de Wettreich, o MercadoPME, a diferença também está na forma como o seu marketplace foi criado, que é voltado não para o consumidor final, mas sim para outras empresas – que como o próprio nome indica, é para pequeno e médios varejistas. “A gente viu que o mercado de marketplace para pessoa física já tinha uma série de grandes empresas trabalhando e disputando mercado. Então, tivemos a decisão estratégica de sermos os únicos, no momento, para o B2B”, declara. Assim, o objetivo é permitir que as PMEs tenham uma maior facilidade de abastecerem seus negócios com fabricantes e atacadistas. “A missão é fazer do portal o ‘Alibaba brasileiro, pois o gigante chinês muito significativo como ponte para as empresas fornecedoras no país. O MercadoPME, por sua vez, será uma importante ponte entre as PMEs brasileiras e suas fornecedoras no Brasil”, espera o CEO.