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Você é aquele que aparece no retrovisor?

Autor: Michael Miebach
Às vezes vemos a nossa concorrência crescendo no nosso espelho retrovisor. Às vezes somos nós que crescemos no deles. Mas, independentemente de onde estivermos na estrada, precisamos saber para onde vamos e qual é a melhor maneira de chegar lá. E a melhor maneira é simplesmente ter mais de uma maneira.
A história do século XXI é a da aceleração: as mudanças meteóricas na tecnologia e a luta das instituições para manter o ritmo – com infraestrutura, com soluções, com expectativas em toda a paisagem dos negócios.
Um estudo recente do Harvard Business Review Analytic Services sobre a revolução na tecnologia financeira descobriu, por exemplo, que 16% das instituições financeiras tradicionais já estão perdendo clientes para aqueles que sabem navegar melhor na transição para o sistema bancário aberto – mas quase 80% desses bancos não sentem uma ameaça imediata das fintechs.
E não são apenas as fintechs que estão na faixa da esquerda para ultrapassar. São os consumidores, principalmente os mais jovens, que já nasceram digitais e estão sempre à procura do 2.0. Em “Big Bang Disruption”, Larry Downes e Paul Nunes descreveram o novo modelo de adoção pelo consumidor nesta era de inovação em velocidade de dobra. Não é uma curva sino. É uma barbatana de tubarão, com clientes em potencial prontos para adotar um produto imediatamente – ou nunca, preferindo esperar por uma alternativa melhor e mais barata.
A era digital está fornecendo novas maneiras de lutar pelo mindshare e os dólares do cliente, e as empresas voltadas ao consumidor que reagem com novos esforços para personalizar a experiência do cliente podem colher grandes recompensas. Esse foi o ímpeto para lançarmos uma nova plataforma digital no Brasil que dá aos consumidores o poder de escolher os benefícios que desejem em seus cartões, dependendo de seus hábitos, seu estilo de vida ou até mesmo do seu momento especial, tudo incorporado em seu aplicativo de mobile banking. Em uma palavra: escolha.
Estamos no mercado de cartões há muito tempo, mas sabemos que a escolha é fundamental para movimentar uma economia verdadeiramente digital, inclusiva e capacitadora. Uma que seja flexível o suficiente para atender a essas expectativas elevadas – e excedê-las.
Um exame antecipado da pesquisa que fizemos recentemente sobre as atitudes e comportamentos dos jovens com relação a pagamentos na América Latina confirma isso: quatro em cada dez jovens brasileiros dizem que não há lojas suficientes que aceitem pagamentos com dispositivos móveis, e 26% dizem que pretendem testar novas métodos de pagamento assim que estiverem disponíveis.
E 41% esperam que todas as transações sejam em tempo real – não daqui a dez anos. Hoje. E não apenas durante o horário bancário. Em todas as horas de todos os dias.
A boa notícia é que o Brasil está se preparando. O Banco Central está acelerando seu modelo de pagamentos instantâneos 24/7 com um lançamento no momento planejado para o próximo ano.
Com a aquisição da líder de pagamentos em tempo real Vocalink, testemunhamos de perto o impacto dos pagamentos instantâneos no Reino Unido e, mais recentemente, na Tailândia. Mais de 65% da população tailandesa, incluindo os sem-banco, podem enviar e receber pagamentos digitais por aproximação de forma segura por meio de sua identidade nacional, número de celular ou endereço de e-mail. Isso cunhou uma nova geração de empreendedores e proprietários de pequenos negócios, ao mesmo tempo em que proporcionou aos bancos maior receita e custo-benefício.
Isso só é possível através da colaboração em todo o ecossistema – com bancos, formuladores de políticas, reguladores, novos players digitais e facilitadores de tecnologia. Todos nós precisamos compreender não apenas o que os brasileiros fazem com seu dinheiro, mas o que querem ser capazes de fazer e quando querem fazer isso.
Muitas permutações. Muitas possibilidades. E muitos novos paradigmas que os consumidores e as empresas nem podem começar a imaginar. Uma rodovia só não aguenta todo esse tráfego. Temos que estar constantemente à procura de novas rotas e novos métodos para avançar, ou corremos o risco de ficar para trás.
Michael Miebach é Chief Product Officer Global da Mastercard.

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