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A inimiga do crédito



Por que o cachorro entrou na igreja? Segundo Eduardo Daghum, da ACSP, Associação comercial de São Paulo, e da Horus, curiosamente a resposta desta pergunta se aplica ao questionamento sobre por que as fraudes acontecem: “as portas estavam abertas”, brincou Daghum durante o 4° Seminário Internacional Acrefi, que aconteceu nesta terça-feira (15/09), em São Paulo. O evento teve como tema a crise mundial e seus impactos na fraude. Daghum indicou duas modalidades de fraudes e as ações indicadas para preveni-las.

 

Se o caso for clonagem de cartões, o executivo comenta que é fundamental saber onde o cartão foi clonado, informação que, de acordo com ele, não costuma ser buscada. “E esse dado pode ajudar a prevenir futuras fraudes”, completou. Quando o caso é falsidade ideológica, o conselho do executivo é avaliar e confirmar os dados, assim como alinhar a comunicação entre o ponto de vendas e back office. “Não é raro casos de clientes chamados Mickey Mouse ou com telefones públicos como contato conseguirem crédito. O fraudador não só burla o sistema como gosta do risco”, afirmou.

 

Nesse momento de alinhamento de política de venda e de prevenção aparece um dos maiores desafios que é, segundo Diego Torres, sócio-diretor da Acesso Digital, tornar a equipe de vendas  apta a reconhecer os fraudadores. As saídas encontradas pelo executivo para combater a auto-fraude – que costuma acontecer no varejo – em que o cliente forja a própria identidade para usufruir do crédito sem pagar, foi garantir que no momento do cadastro a digitalização fosse colorida, que os vendedores tivessem Internet para confirmação imediata dos dados e que fosse tirada uma foto do cliente no momento do cadastro. “Parece uma saída obvia, mas isso reduziu significativamente o número de fraudes”, disse.

 

Para as instituições bancárias as dicas não foram diferentes, embora haja diversos tipos de fraudes. “Os bancos não conhecem os clientes, mesmo assim oferecem cartões e logo limites de milhões. Com o crédito em mãos o cliente some. Moral da história: conheça seu cliente no início da relação”, aconselhou Clark S. Abrams, Chief Money Laundering and Financial Investigations Unit, Office of the Special Narcotics Prosecutor for the City of New York.

 

Conforme afirmou o professor Istvan Kasznar, economista-chefe da Acrefi, a fraude vem de toda maneira e está em todo lugar. Tabajara Novazzi Pinto, diretor geral da Academia da Polícia Civil de São Paulo – Acadepol completou ressaltando a importância de acompanhar as diferentes modalidades de fraudes, que mudam quase que diariamente. E a palavra chave para isso é integração, não só das informações, mas dos conhecimentos, que são a síntese das informações, aconselhou Mauro Negrete, diretor de operações da Gravames. “É preciso existir essa integração internamente, com os parceiros, clientes e fornecedores. Pensar de forma colaborativa”, disse Negrete.

 

Para George Henry Millard, diretor da Performance Risk Management & Security Consultants, a primeira preocupação quando se trata de risco deve ser no momento da contratação. “As empresas também deveriam criar premiações para funcionários padrão. Isso cria uma cultura de ética na organização”, afirmou.

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