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Cooperativas. O novo front?

Com significativo crescimento econômico, ainda que em meio às crises, as cooperativas de crédito têm demonstrado força, conquistando a confiança do consumidor brasileiro. “A expansão do cooperativismo de crédito no país deve-se, entre outros fatores, ao aumento da visibilidade com campanhas de divulgação e comemorações como o Ano internacional das Cooperativas, instituído em 2012 pela Organização das Nações Unidas (ONU)”, afirma Abelardo Duarte de Melo, diretor de negócios do Sicoob – Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil-, cujo volume de operações cresceu 11,2% só no primeiro semestre deste ano, atingindo R$ 22,4 bilhões. 
De acordo com Melo, uma das principais vantagens do cooperativismo de crédito é a promoção do desenvolvimento da comunidade onde atua, “porque as cooperativas investem seus recursos no mercado local em que estão inseridas e dão tratamento igual a cada associado”, explica. “No caso do Sicoob, além de oferecer produtos e serviços com taxas e juros mais acessíveis, temos ainda um atendimento diferenciado onde o cooperado é dono do negócio, pois ele participa ativamente das decisões da cooperativa e recebe uma parte das sobras (equivalente ao lucro das demais instituições financeiras) ao final de cada exercício”, completa.  
A prática de juros menores adotada pelo Sicoob,é a grande vantagem das cooperativas de crédito, em geral, como avalia o economista da Associação Comercial de São Paulo, Marcel Solimeo. “As cooperativas de crédito singulares, operam apenas com associados, com base nos mesmos princípios que as demais, isto é, são capitalizadas pelos cooperados, mas podem receber recursos de outras instituições financeiras e aplicar seus recursos no mercado financeiro”, diz. “A maior vantagem é que as taxas de juros são bastante inferiores às praticadas pelos bancos”, evidencia. 
Ainda segundo o economista, a forte expansão, tanto quantitativa, como em volume de operações, se deve em grande parte à regulamentação e fiscalização a que estão submetidas pelo Banco Central, oferecendo maior confiança a seus participantes. “A fiscalização do BC é mais intensa em relação às cooperativas formadas por grupos heterogêneos, porque há menos interesse comum nesses grupos. O crescimento da renda e o apoio de organizações como o Sebrae, também contribuíram para essa expansão”, afirma. 
Os desafios das cooperativas de crédito
As cooperativas também encontram muitos desafios. Entre estes, saber alinhar o modelo de governança às melhores práticas do mercado, como explica Ademar Schardong, presidente executivo do Sicredi, o qual registrou em junho deste ano um crescimento de 21,3%, em relação ao mesmo período de 2012, totalizando R$ 35,8 bilhões de ativos.  “Temos muito a percorrer no que diz respeito aos conhecimentos específicos das sociedades cooperativas e a evolução que temos tido”, completa o executivo. Porém, como ele explica, o grande diferencial competitivo das cooperativas de crédito está no tipo societário, uma sociedade de pessoas, cujos resultados são distribuídos na proporção das operações e não no capital integralizado, “que prima pela organização econômica das pessoas, que respeita a vocação econômica das regiões, que atua a partir das demandas da sociedade para a sociedade”, conclui.
Para que as cooperativas de crédito possam atuar no mercado de varejo, se concentrado nas maiores instituições financeiras do país, é preciso uma gestão no modelo de iniciativa privada e um processo de governança que respeite o tipo societário, esclarece o executivo. “Como instituição financeira, a cooperativa de crédito está sujeita aos riscos decorrentes da sua atividade fim: risco de liquidez, de crédito, de mercado, operacional e de imagem. Mitigar estes riscos e alinhar o processo de gestão as suas características próprias é desafio presente dos seus líderes e administradores”, pondera.
Confira as entrevistas exclusivas:
Com expressivo crescimento, o cooperativismo de crédito tem mostrado grandes avanços
Destacando-se no setor de crédito, as cooperativas devem saber alinhar o modelo de governança às melhores práticas do mercado
Cooperativas de crédito avançam, principalmente, pela baixa taxa juros

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