O Cadastro Positivo vem para beneficiar a sociedade como um todo. Na visão de Vander Nagata, superintendente de informações sobre consumidores da Serasa Experian, o banco de dados dos bons pagadores traz reflexões, tanto para os consumidores, quanto às empresas, sobre a importância de começar uma fase de maior maturidade para concessão e obtenção de crédito. “‘Qual a experiência que o consumidor tem em relação ao crédito? ‘, ‘Qual é a capacidade efetiva de pagamento dele? ‘. Algumas questões desta natureza, que consideram o comportamento como um todo, pode dar muito mais segurança para quem está concedendo e, também, para o próprio consumidor, que passa a ter um autoconhecimento e educação financeira”, afirma Nagata.
Neste processo, segundo Nagata, tanto o consumidor, quanto as empresas de concessão, irão convergir para um cenário muito mais equilibrado, em termos de crescimento de crédito e na inadimplência. “O Cadastro Positivo tem como um dos principais objetivos, diminuir a inadimplência”, diz. “Quando você olha uma taxa de juros socializada, em que basicamente todo mundo paga a mesma quantia, a capacidade é justamente adequar isto conforme o histórico de crédito daquela pessoa”, completa.
Ainda de acordo com o especialista, as empresas passarão a enxergar os clientes inadimplentes de outro modo, levando em consideração outros comportamentos positivos deste. “O mau pagador, que está negativado, ao contrário do que pensam, não será prejudicado [com o Cadastro Positivo]. Pelo contrário, porque esta pessoa que está com dívidas já é vista pelo mercado”, explica. “O que não é visto é quantas outras contas ele consegue pagar, porque o que está ruim todo mundo já vê, mas falta ver a parte boa!”, conclui.
Desafios das empresas de crédito
Com a nova fase do Cadastro Positivo, o desafio das empresas para a concessão de crédito será o de se adequarem as informações dos consumidores, com a eficaz educação financeira, segundo Nagata. “O mercado precisa se mobilizar em relação à adesão dos consumidores ao Cadastro Positivo, o que é o alicerce, a construção da base, para que haja estas informações e, para que as empresas possam tirar proveito destas, assim como o próprio consumidor possa utilizá-las a seu favor”, conclui.
