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Inadimplência pode aumentar na AL

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que a taxa de inadimplência dos bancos da América Latina e de outros países emergentes poderá aumentar até fins de 2012 mesmo que não ocorram choques nessas economias. No Brasil, afirma o organismo, “a qualidade do crédito parece forte na superfície, mas representa um desafio central para a estabilidade futura”.
Os exercícios matemáticos do FMI, publicados no seu relatório de estabilidade financeira mundial, mostram que o índice de inadimplência na América Latina, hoje na casa dos 4%, subiria gradualmente para em torno de 5% em 2011 e para mais de 6% em 2012. A deterioração deve ocorrer, segundo o FMI, devido ao amadurecimento das carteiras de crédito, após um período de forte expansão.
Segundo o fundo, em alguns países o crédito está se expandindo numa velocidade mais rápida que o crescimento nominal do Produto Interno Bruto (PIB). “Em muitos casos, isso é bom porque representa o aprofundamento financeiro das economias”, disse José Viñals, consultor financeiro do FMI. “Mas se você faz isso muito rápido, você terá uma maior inadimplência.”
Nessas projeções, o FMI avalia as economias emergentes em blocos, sem fazer nenhuma distinção do que poderá ocorrer com os países individualmente. Ao todo, são examinadas 25 economias emergentes, incluindo oito países da América Latina. O Brasil é um deles.
O Brasil é um dos três países que ganham luz amarela no quesito aumento de crédito, numa amostra de 20 importantes países emergentes selecionados pelo FMI. O crédito no Brasil cresceu 25,5% em 2010, aponta o FMI. Dois países ganham luz vermelha: Turquia (com expansão de 27,8%) e Índia (26,3%).
Um outro exercício feito pelo FMI investiga o que acontecerá com as carteiras de crédito dos bancos se houver um choque nas economias. Num dos cenários, uma queda de 16% nos preços de produtos exportados, os chamados termos de troca, levaria a um aumento de 25% nos índices de inadimplência. Um choque combinado de baixo crescimento (5% menor), queda nos termos de troca e aumento de juros teria forte impacto no capital dos bancos. Na América Latina, os bancos teriam uma queda de 5,7% no índice de Basileia, uma medida do volume de capitais.
O cenário econômico central do FMI ainda projeta crescimento mundial lento, mas contínuo, na casa dos 4% ao ano. Mas o organismo, que faz sua reunião de outono em Washington amanhã e depois, vem alertando que aumentaram os riscos de uma desaceleração econômica. “Esse é um alerta para os países emergentes”, afirmou Viñals. “Eles precisam estar preparadas.”
Viñals reconheceu que alguns países já estão combatendo esses desequilíbrios com as chamadas medidas macroprudenciais, como o aumento dos compulsórios incidentes sobre bancos, taxação sobre empréstimos e limites de prazo nas operações de crédito. Para ele, porém, os países emergentes precisam ficar atentos sobre a necessidade de usar instrumentos macroeconômicos básicos, como políticas monetária e fiscal, para combater o surgimento de desequilíbrios financeiros causados pelo superaquecimento econômico. 
Fonte: Valor Econômico – SP

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