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Mais ou o mesmo?

A economia brasileira passa por um momento delicado. O mercado de trabalho desaquecido, consumo diminuindo e taxas de juros cada vez mais altas são apenas alguns dos fatores que tornam a situação complicada. O efeito dessa crise pode ser sentido nos índices de inadimplência que fecharam o ano de 2015 em alta. Mas e para 2016, o que se espera? Ao que parece, um cenário parecido com o do ano passado.

Para o professor de economia da Mackenzie, Marcos Andrade, o índice de inadimplência deve ser até maior esse ano. “O mercado prevê aumento gradual da inadimplência, sendo que o segundo semestre pode atingir indicadores ainda mais elevados”, afirma. Da mesma opinião, Flávio Calife, economista da Boa Vista SCPC também acredita em um crescimento no número de inadimplentes este ano. “O cenário macroeconômico ainda deverá contribuir com uma piora dos indicadores já que devemos lidar com mais um ano de contração da atividade econômica”, afirma Calife, que comenta que os índices de inadimplência em 2016 devem girar em torno de 6,5% para pessoas físicas e 5% para pessoas jurídicas.

Um pouco mais otimista, o diretor de economia da Anefac, Roberto Vertamatti, acredita que, por conta do crédito mais restrito e a maior preocupação do consumidor com a economia, os índices de inadimplência não devem aumentar muito além do alto patamar em que já estão. “Em função do próprio risco do desemprego e a limitação do crédito por parte das instituições financeiras, entendemos que o nível da inadimplência não deverá aumentar”, afirma. Para Vertamatti, os consumidores deverão conter os gastos em 2016 e consumir apenas os bens de primeira necessidade, e, por isso, o mercado ficará mais fraco, o que levará as empresas a aumentar ligeiramente os níveis de inadimplência.

Apesar da divergência de opinião entre os especialistas, existe algo que é consenso: as instituições financeiras serão mais cuidadosas ao oferecer crédito este ano. “As instituições financeiras devem manter estratégias operacionais conservadoras, com uma gestão de risco de crédito mais rigorosa, com a exigência de garantias e colaterais. Deverão também manter um nível mais elevado de liquidez até haver reversão neste quadro”, afirma Manoel Cintra Neto, presidente da ABBC.

Outro ponto que é consenso são os fatores que levarão a inadimplência em 2016. A crise econômica que leva a um mercado enfraquecido e juros em alta são sempre citados como o que deve causar a falta de pagamento das dívidas este ano. “O principal fator é o ambiente recessivo constituído e a baixa probabilidade de reversão desse cenário”, acrescenta Cintra. O diretor de crédito, risco e business intelligence da MultiCrédito, Walter Alfieri, também afirma que a alta do desemprego deve fazer crescer os indicadores de inadimplência. “Com o aumento na taxa de desemprego, podemos chegar ao final do ano com 65 milhões de inadimplentes, o que corresponde a um aumento de cerca de 10% em relação a 2015”, completa.

Qual a sua perspectiva para a inadimplência em 2016? Deixe a sua opinião na enquete do Portal Crédito e Cobrança.


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