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Número de negativados estabiliza

De acordo com o Indicador de Inadimplência Pessoa Física do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o número de brasileiros negativados aumentou em setembro e atingiu 59 milhões, após três meses seguidos de queda. Em maio, a estimativa apontava 59,3 milhões de inadimplentes e, desde então, passou para 59,1 milhões em junho, 58,9 milhões em julho e 58,8 milhões em agosto. Em um ano, houve um crescimento de 2 milhões de negativados – em setembro de 2015, os consumidores em situação de inadimplência somavam 57 milhões. Segundo especialista, ainda que se tenha registrado um leve aumento nos dados de negativados no último mês, não se pode definir uma retomada da tendência de piora, e sim uma estabilização do número de inadimplentes.
Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, “apesar da estabilização no número de negativados, ainda é cedo para se definir alguma tendência da inadimplência para os próximos meses”. Ele ainda acrescenta que o país enfrenta dois movimentos distintos na economia e que impactam a inadimplência em direções opostas. “Por um lado, há o aumento do desemprego, queda na renda e inflação elevada que restringem o poder de compra da população, afetando negativamente sua capacidade de pagamento. O outro movimento é a maior restrição ao crédito, dada a elevada taxa de juros e a maior incerteza por parte dos tomadores e concedentes de crédito”, explica.
De acordo com a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, ambos os fatores do cenário econômico têm influenciado mais os indicadores de inadimplência do que a capacidade de pagamento dos consumidores. “Esse movimento de acomodação da inadimplência não necessariamente está ligado a uma melhoria na capacidade de pagar as dívidas pendentes. Com a retomada do ambiente econômico acontecendo de forma lenta, ainda demorará para termos um aumento expressivo do número de empregos e da renda, fatores que podem tanto impactar positivamente no pagamento de pendências, quanto levar o consumidor a comprar mais e tomar mais crédito.”
Nordeste, região mais afetada
A estimativa por região do país mostra que o Nordeste concentra o maior número absoluto de negativados, somando 15,42 milhões de consumidores nesta situação. O que representa 39,06% da população adulta da região. Em seguida, aparece o Sul, com 8,37 milhões de inadimplentes (37,82% da população adulta). Destaca-se a região Norte que, com 5,45 milhões de devedores, possui 47,23% de sua população adulta incluída nas listas de negativados – o maior percentual entre as regiões pesquisadas. O Centro-Oeste, por sua vez, aparece com um total de 4,91 milhões de inadimplentes, 43,30% da população.
 
Quando consideramos o total das quatro regiões, o número de inadimplentes cresceu 0,38% em setembro. As regiões Nordeste e Norte tiveram crescimento no número de devedores: alta de 1,32% e 0,57%, respectivamente, na comparação com setembro de 2015. Em seguida, aparece a região Centro-Oeste, com retração de -0,43%. E a região Sul, também com retração, de -1,09%. O indicador não considera a região Sudeste devido à Lei Estadual nº 15.659, que dificulta a negativação de consumidores em São Paulo.
Quantidade de dívidas
O indicador do SPC Brasil e da CNDL também verificou o segundo recuo consecutivo no número de dívidas atrasadas desde o início da série histórica, em 2010. Ainda que seja um recuo modesto, na comparação entre setembro de 2016 e o mesmo mês do ano passado houve retração de -1,07%, considerando as quatro regiões pesquisadas. A região Norte se destaca: a alta do indicador em setembro foi de 1,22% – única região a apresentar crescimento. Em seguida aparecem o Nordeste, com variação negativa de -0,01%, o Centro-Oeste com recuo de -2,26% e a região Sul com a maior retração, de -3,44%.
A abertura do indicador de dívidas em atraso por setor da economia mostra que o maior avanço no número de pendências foi com os bancos e com as empresas concessionárias de serviços como água e luz: as altas foram modestas, de 0,54% e 0,50%, respectivamente.
Já as dívidas com o comércio recuaram -1,14%. A maior retração foi no setor de comunicação, que engloba TV por assinatura, internet e telefonia, com recuo de -7,47%. Para os especialistas do SPC Brasil, esta queda ainda não pode ser configurada como tendência para o segmento, mas sim uma acomodação, já que o setor foi o destaque negativo da inadimplência ao longo de vários meses em 2015, apresentando as maiores altas do indicador.
Além de ser o setor com maior crescimento das dívidas setembro, os bancos também têm a maior participação no número de pendências, concentrando 42,64% do total de dívidas em atraso das quatro regiões, seguido do comércio, com 24,31% e do setor de comunicação, com 12,54%. O setor de água e luz concentra 8,89% do total de pendências.

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