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A análise pela competência



Preconceito? Muito pelo contrário, a discussão é competência. Que o diga Marcele Lemos, presidente da Coface do Brasil. Depois de passar pela área de gestão de clientes, ela foi indicada (a que?) exatamente por um francês, Joel Paillot, que assumiu a gestão da área global de risco. Nas mãos da executiva, a operação de uma empresa líder do mercado global e nacional em seguro de crédito, gerindo algo como R$ 30 bilhões em recebíveis no mercado local e 364 bilhões de euros, global. A novidade da companhia é o customized credit opinion (CCO), um produto onde a companhia fornece relatórios com opinião internacional sobre linhas de crédito.


O aumento das lideranças femininas não roubou a cena do Café realizado na Coface, mas originou uma boa discussão sobre preconceito no mundo profissional público e privado, puxado pelo exemplo internacional em que transformou a presidente Dilma. Na década de 80, Miguel Ignátios, na época presidente da NEC, recordou o preconceito dos amigos profissionais a uma executiva, por sua opção sexual. Mas a volta por cima do preconceito na atividade profissional foi movida por vários movimentos, demonstrando a insatisfação da população – inclusive dentro das organizações e, em alguns casos, incentivada pelos próprios líderes. O mesmo deve ocorrer em relação à corrupção, apostam os líderes que participaram do Café à francesa. Haja vista os movimentos que envolvem tanto a área pública quanto a privada, e que impedem o crescimento do próprio País em várias atividades.
Ainda pré-candidato a prefeito de Avaré (SP), Miguel contou a história com que se deparou do desvio de verba para aquisição de 90 colchonetes para desabrigados da cidade. O dinheiro foi concedido pelo Governo, mas apareceram apenas 10 colchonetes. O tom das discussões, com o exemplo, virou desabafo da maioria: “A corrupção sempre beneficia poucos em detrimento de muitos”.
O jeitinho brasileiro, ou a antiga Lei de Gerson de levar vantagem em tudo, que marcou as décadas de 70 e 80, ainda é um desafio às lideranças. Tem que entrar para ganhar, com otimismo. Ver que tem potencial e apostar nele. Um exemplo lembrado é a primeira autopista brasileira, como acabou sendo conhecida a Rodovia Castelo Branco, idealizada pelo governador Adhemar de Barrose, 1961. O projeto inicial era para seis pistas de cada lado, mas na ocasião se achou o projeto megalomaníaco e foi vetado para a realidade (da época), como a estação rodoviário do Tiete em São Paulo, considerada um absurdo, um projeto faraônico, também a exemplo do Aeroporto Internacional de Guarulhos que acabou sendo construído sob a pecha de desnecessário.


Ninguém, em épocas tão distintas, apostava no potencial do País como modelo internacional. Hoje, o problema da infraestrutura brasileira também gera polêmica internacional, além de afetar diretamente os cidadãos em seu dia-a-dia, enfrentando congestionamentos terríveis nas principais avenidas de muitas capitais brasileiras. Algumas capitais estão perto do caos como Brasília, que não foi projetada por Oscar Niemayer para acomodar veículos. Talvez ainda não precisamos chegar ao exemplo do Japão, onde o cidadão precisa provar que tem onde guardar um carro, ou ele não pode comprá-lo, pois seu custo de manutenção é muito grande!


O assunto inspira outra discussão, que afeta diretamente a cidadania, mas principalmente as empresas – e é apontado como proposta para um dos painéis de discussão do XI Encontro com Presidentes. Liderança! O fundamental papel da liderança está em alicerçar uma cultura organizacional que apresente resultados a organização, certo? Mas, de que resultados, afinal estamos falando? Financeiro? De imagem? De marca? Interna, externa? A melhor resposta está em crescer com responsabilidade atendendo todas as matizes empresariais refletidas nas pessoas, o que não é tarefa fácil. O primeiro obstáculo atende por transparência. E é só lembrar a estratégia de que o candidato sempre expõe suas virtudes antes de entrar na organização. As virtudes hoje podem, porém, ser encontradas na internet, com um rastreamento de informações. Mas, mesmo lá, a venda é das fortalezas. A época, por isso, é apontada como a da competência, independente de sexo, raça ou cor. E é preciso tomar atitudes, pois na omissão dos bons os outros sempre assumem.

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