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A discussão é outra

Se não aprendemos na família, na escola, com os amigos ou no trabalho, como sabemos ética? Na verdade, há uma confusão profunda entre os conceitos de ética, que trata do bem e mal universal; com os conceitos de moral e conduta, que tratam do certo e errado particular. Falando especificamente das organizações, a ética também não é objeto de discussão do dia a dia. Na verdade, em empresas de maior porte a discussão acaba terminando na formulação de um Código de Conduta, equivocamente chamado de Código de Ética. Esse “manual” existe para coibir algumas práticas equivocadas por parte de alguns colaboradores.
No entanto, discussão ética é outra coisa. Ela tem como foco a relação de bem/mal entre todos na empresa e fora dela. A discussão ética promove o aumento da consciência em busca de um significado maior sobre a existência. Afinal, para quê você existe? Para quê a empresa existe? A discussão ética ajudará a entender que a resposta não é apenas: ganhar dinheiro e ser feliz. Isso é uma pequena parte da postura ética. A outra parte, e a mais importante, foca na razão essencial da existência. Trata do legado que vamos deixar para as futuras gerações.
Uma empresa que discute ética de forma sistemática e estruturada não precisa criar manuais de boas práticas. Ela aposta que, ao aumentar o nível de consciência, as pessoas agirão de forma ética naturalmente com todos os agentes: acionistas, fornecedores, colaboradores, clientes, imprensa, governos etc.
Tratar as pessoas de forma ética é entender que as pessoas são sujeitos e não objetos. São fins e não meios. Essa postura mais humanística contribui para criação da imagem de marca de uma organização de forma ímpar. Organizações que assumem estrategicamente a ética como fio condutor, trilham o caminho mais difícil de se obter resultados. O mundo é formado muito mais por predadores do que por pessoas mais conscientes. Por outro lado, o fio condutor da ética gera valor perene. A empresa e seus profissionais se transformam em verdadeiros “inspiradores” para todo o entorno.
No fundo, queremos nos relacionar e fazer negócios com pessoas e companhias éticas. Prestigiaremos essas pessoas e empresas e até perdoaremos alguns deslizes, pois entenderemos que a intencionalidade dessas pessoas e empresas é a melhor para todos.
Francisco de Assis Sobrinho é filósofo, professor de ética e consultor.

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