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A transformação da liderança



As organizações vêm passando por inúmeros processos de transformação iniciados no último século. Hoje, tornou-se vital para o Líder buscar o desenvolvimento integral como ser humano. Questões espirituais entraram em pauta, interferindo diretamente nos relacionamentos, inclusive corporativos, tanto em relação aos pares, superiores e equipe, quanto com fornecedores e clientes.

Atualmente, mesmo as organizações mais preocupadas e engajadas com questões ambientais e de responsabilidade social não correspondem, totalmente, às expectativas de uma sociedade que está muito mais consciente e reivindicadora de seus direitos.

O maior problema atualmente reside no sistema de gestão, onde as pessoas ainda são vistas como “insumos” ou “recursos”, ou seja, disponíveis para serem usadas em prol de estratégias da organização. É necessário, pois, desenvolver uma visão ampla das transformações nas relações, visando aproveitar as grandes oportunidades que se abrem no ambiente corporativo. Nunca foi tão forte a influência da espiritualidade e da valorização do ser humano no ambiente de trabalho. Esse será o grande diferencial competitivo para o sucesso das empresas.

Há muito se discute o conceito de liderança e das competências gerenci¬ais, mas a evolução em direção a responsabilidade social ainda é precária. Fala-se muito sobre o que o Líder deve ou não fazer, mas pouco tempo se dedica a como deve ser feito. É necessário revermos a forma de avaliação do perfil das pessoas que selecionamos. As mais ínfimas aptidões humanas devem ser avaliadas, bem como as habilidades pessoais e interpessoais, pois a inteligência emocional será a principal diferença nas negociações e interações entre empresas e parceiros. O fator humano deve ser visto com a mesma preocupação com que empresários vêem as atividades de produção, logística, marketing e finanças.

A busca por resultados tangíveis sempre foi um dos grandes motores das empresas desde que Taylor e Ford desenvolveram a Escola de Administração Científica. Sem os lucros, a organização não sobrevive. Com Abrahan Maslow, descobrimos a hierarquia de necessidades, onde precisamos satisfazer as exigências fisiológicas, de segurança no trabalho, bom relacionamento social, a auto-estima profissional e, por fim, a auto-realização, provocando uma mudança na forma de conduzir equipes.

Depois disso, vingou o estilo japonês de gestão, onde os valores foram totalmente alterados. Já não bastavam os incentivos econômicos, um ambiente agradável de trabalho e muitos desafios. Agora, era importante definir e multiplicar os valores e a missão da empresa para todos os colaboradores, o que, todos sabemos, não é uma tarefa simples. Liderar passa a ser não só o comando de pessoas para atingir mais produtividade, mas também conduzir a capacidade criativa das mesmas visando atingir objetivos de acordo com a política da organização.

As empresas passaram, então, a buscar o comprometimento das pessoas em tudo o que elas realizam. É nesse momento que entra a dimensão moral do Líder, já que ele não consegue mais os alcançar os resultados por intermédio dos indivíduos, mas, sim, com o comprometimento deles. As pessoas passam a ser o diferencial competitivo e o Líder necessita da confiança delas para continuar atingindo suas metas.
Entramos na era da visão compartilhada, da aprendizagem em equipe e do diálogo aberto, elementos indispensáveis para as empresas que visam o sucesso. Porém, não é fácil e requer esforço e participação de todos, especialmente da alta gerência. Inúmeros programas de qualidade são colocados em prática e substituídos por outros mais modernos, principalmente pela falta de resultados imediatos. Não é di¬ferente com um processo voltado para mudança de cultura na liderança.

É importante ressaltar que a mudança no sistema de gestão é um processo moroso, que requer audácia e paciência e o pensamento metódico nada tem a ver com o sistema tradicional de educação. Portanto, o grande desafio está em desenvolver a capacidade de reflexão e criatividade em adultos que não se desenvolveram nem foram incentivados a pensar ou agir desta maneira. Não existe fórmula para essa mudança. É um trabalho árduo e diário, que requer o envolvimento e o comprometimento de toda a equipe, com o Líder exercendo um papel fundamental, como chave-central do processo.

Gerentes que estão acostumados a controlar as pessoas e ganhar o respeito da equipe por meio de processos decisórios hierárquicos e engessados precisam rever seu estilo de liderança. Para sobreviver no mundo corporativo em transformação, é vital tomarem consciência da importância da aprendizagem e da troca de conhecimento constante com a equipe para acompanharem, ou melhor, suplantarem a velocidade de seus concorrentes.

Com a percepção de que as pessoas são o verdadeiro fator fundamental de diferencial competitivo, as organizações mais inteligentes passam a investir nelas cada vez mais. A educação é a maior alavanca que uma empresa pode utilizar para a atual competitividade global. A gerência passa a liderar pelo bom exemplo, por suas ações, e não pelo simples poder conferido pelo cargo. Quem está no poder precisa buscar a confiança da equipe para atingir melhor e mais rápido seus objetivos, conquistando a autoridade.

Normalmente, os valores da organização são sempre permeados pela ética, mas estão sempre em confronto com o poder. O verdadeiro Líder sabe que não basta apenas ser eficaz, que, agora, importa a forma como obtém os resultados e como atinge as metas.

A questão do poder também está em discussão. Nem preciso falar do sucesso do livro “O Monge e o Executivo” de James Hunter, que abriu novos horizontes na maneira de liderar pessoas. O monge defende que a base da liderança não é o poder, e sim, a autoridade conquistada com amor, dedicação e sacrifício. A liderança é comumente confundida com autoridade. Não é preciso ter um cargo formal para ser Líder, mas é fácil, na liderança, usar mal o poder. É preciso estar disposto a servir ao outro com respeito e responsabilidade, virtudes indispensáveis para um Líder. Entramos na era do Líder Servidor.

Rosely Sola, diretora de RH da Meta Soluções Comerciais

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