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É preciso união, na prática



Já está preparado para o que vem por aí? Pois, o futuro é muito promissor. Com os olhos do mundo virados para o Brasil por causa dos eventos esportivos, uma classe média forte e a economia mantendo o crescimento, muitas oportunidades serão abertas nos próximos anos, fazendo o País dar um novo salto. Porém, a consolidação deste cenário altamente positivo vai depender muito mais de uma união nacional que propriamente da iniciativa pública. E as empresas terão que assumir um papel de protagonistas das transformações, a partir da construção de uma agenda positiva, em parceria com o governo, formando as bases do crescimento do País. Esse foi o consenso dos líderes empresariais que participaram do XI Encontro com Presidentes, realizado em São Paulo, no mês de novembro.

O evento, que marcou os 11 anos da Revista ClienteSA, foi também a consolidação dos Cafés da Manhã com presidentes, realizados ao longo de 2012, refletido na agenda do evento de identificar para onde o mercado caminha e quais os desafios. O desdobramento veio com o Encontro reunindo um seleto time de presidentes que apontaram os esforços para sustentar o crescimento dos negócios, contribuindo para o fortalecimento do Brasil no cenário global, sem deixar de lado a preocupação com a cidadania. Um dos focos foi a inovação como fator decisivo para construir um Brasil competente, assim como a necessidade de acompanhar as mudanças de comportamento das pessoas com o avanço das tecnologias. E de olho no futuro, o evento também trouxe para a pauta o cenário econômico do Brasil.

Durante o Encontro, aClienteSA também lançou o ElogieAki. Com objetivo de contribuir para criar e estimular uma rede de consumo positiva, o site pode ser utilizado para formação de indicadores e avaliação de produtos, serviços e profissionais. “Queremos estimular os clientes a fazerem parte dessa corrente do bem, destacando o que há de bom no setor. A idéia é que o site vire referência para os consumidores no momento da compra de um produto ou serviço”, destacou Vilnor Grube, diretor da ClienteSA.

 

Painel 1

A base do desenvolvimento

Motor para o crescimento dos negócios e, consequentemente, do Brasil, todos sabem da importância da inovação, porém poucos conseguem chegar até os investimentos

Há algum tempo falam que o Brasil é o país do futuro. Mas por que não fazer ele ser hoje esse país do futuro? Com esse questionamento, Milton Luiz de Melo Santos, presidente da DesenvolveSP, agência de desenvolvimento do Estado de São Paulo, aponta para a necessidade de criar condições para o País competir de igual com os países desenvolvidos. O caminho? Investir em inovação, canta a bola o executivo. Essa necessidade, segundo Milton, se dá porque hoje apenas 6% dos pedidos de crédito são para financiamentos a longo prazo, que são os que realmente dão condição de investir em inovação.Essa necessidade aumenta mais ainda com o atual momento vivido pelo País, que já é a 6ª economia do mundo e está atrás apenas dos chineses dentro do BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China. “O Brasil está crescendo a sua representatividade frente a economia global. Porém, para dar o próximo salto é preciso inovar mais. Esse investimento é estratégico para fortalecer o mercado interno e as empresas”, pontua Milton.

Os eventos esportivos no País, os 20 milhões de novo consumidores até 2022, o pré-sal levando o País a ser uma das cinco maiores reservas de petróleo e o PIB chegando a U$ 5 trilhões em 2030, superando o da Alemanha, são outros motivos apontados pelo presidente da DesenvolveSP para governo e empresas aumentarem os investimentos em inovação. “É preciso estar preparado para aproveitar todo esse cenário”, afirma.Para contribuir, Milton cita as agências de desenvolvimento, controladas pelos Estados, que são voltadas inteiramente para contribuir com a inovação em pequenas e médias empresas. “A nossa missão é promover o desenvolvimento econômico e sustentável, por meio de financiamento de projetos de inovação”, explica, acrescentando que, além desse investimento, deve haver também uma mudança cultural dentro das empresas para que realmente ocorra uma gestão por inovação.

Vlademir Bin, diretor-geral da Adlead no Brasil
Apesar da ampla consciência do mercado de que inovar traz ganhos não só para a empresa, como para a economia em geral, muitos empresários ainda enfrentam dificuldade para chegar até as linhas de financiamento. “Não adianta querer ser inovador se não é permitido isso”, alerta Bin, acrescentando que no Brasil há dois problemas que precisam ser resolvidos para que esse cenário mude. Um deles é a falta de informação de como chegar aos investimentos. “Além disso, ainda há muitas limitações para as empresas, o que acaba diminuindo o potencial de inovação. Eu mesmo já passei por isso”, conta.

Edson Barbieri, presidente da ExactTarget
Além do acesso difícil às linhas de financiamento, também falta um maior preparo por parte das empresas brasileiras, segundo Barbieri. “Muitas vezeso empresário não consegue ter acesso ao crédito para inovar, porém quando tem não consegue aprovação porque a gestão do negócio ainda não é profissional”, comenta. Ele chama a atenção para a necessidade de uma qualificação melhor por parte dos empreendedores para que o Brasil atinja todo o potencial que possui. Ele cita como exemplo a área de marketing digital, onde há muitas empresas inovadoras. “Hoje já não há um gap em relação a outros países.”

Latif Abrão Jr., presidente da ADVB-SP e do Hotel Terras Altas
Ao ir mais além, Abrão Jr. afirma que no Brasil não há falta dinheiro, mas sim de competência aos empresários e governo de como usar os recursos que o país tem a oferecer. Por parte do Estado, ele comenta que muitas vezes quer ajuda dos empresários, porém acabam atrapalhando com o excesso de burocratização e impostos cobrados. “Já nós empresários dependemos demais do governo, nas três esferas. Ficamos esperando que eles sejam os agentes fomentadores e resolvam todos os nossos problemas. Precisamos resolver essa agenda e alinhar os objetivos e as ações para chegar até eles”, conclui.

Miguel Ignatios, presidente do conselho da Golden Cross e da Fenadvb
Nos dias de hoje, inovar é fundamental para as empresas progredirem, prosperarem e se tornarem fortes, na opinião de Ignatios. Por isso, o executivo ressalta a importância de discutir a inovação no atual cenário de crescimento do Brasil. “O debate foi muito feliz, pois tocou em pontos lastreados na busca por crédito, ligados à inovação”, revela. Ele destaca a sistemática creditícia do DesenvolveSP, que,em muitos casos, o tomador paga zero de juros desde que mantenha o pagamento em dia. “Ou seja, é algo muito importante para que possa permitir o crescimento sustentável de uma empresa”, resume.

 

Painel 2

Vamos, pois a evolução é permantente!

Fundamentais para atenderas mudanças de comportamento das pessoas, construção das cidades inteligentes ainda passa por grandes desafios – em todos os setores

Que as coisas mudaram radicalmente nos últimos 20 anos, ninguém discorda. O próprio comportamento das pessoas sofreu grandes mudanças, impactado principalmente pelas novas tecnologias. Porém, as cidades onde eles vivem ainda não estão preparadas para esse novo perfil, desde a estrutura até os serviços oferecidos. Felizmente, a tendência é de que isso mude e, daqui mais 20 anos, tudo seja diferente do que temos, segundo Ernani Uemura, diretor corporativo da NEC. Ele explicou que as mudanças estão ocorrendo cada vez mais rápidas. “Se antigamente tudo durava muito mais tempo, agora temos uma revolução constante, que mal conseguimos perceber. E até por isso, muitas vezes, não sabemos como lidar com ela”, comentou. Ele cita como exemplo o tempo que um canal de comunicação demorou para atingir 50 milhões de usuários. “Se com o rádio foram 38 anos, a TV demorou 13 e o Facebook apenas dois.”

Todo esse cenário, na opinião do diretor da NEC, é a prova de que estamos realmente na Era da Informação e do Conhecimento. Agora, o homem transforma a tecnologia e ela transforma o homem. “Não há mais volta, o digital e as mídias sociais mudaram tudo, do comportamento a forma das pessoas pensarem e fazerem as coisas”, esclarece.Por isso, Uemura coloca como necessário que empresas e setor público se preocupem com o espaço onde essas pessoas vivem. “É preciso criar uma ambiente propicio para esse novo indivíduo. O caminho são as cidades inteligentes, que devem ser eficientes, agradáveis, sustentáveis e seguras”, aponta o executivo, acrescentando que o funcionamento delas é similar a um corpo, com um Centro de Operações sendo o cérebro comandando toda a cidade e automatizando os serviços. Um exemplo que vamos ter em breve no Brasil, citado pelo executivo, é a Arena Pernambuco, que será a primeira smartcity da América Latina.

André Marques, country manager da Englishtown Brasil
Se a cidade inteligente é a solução mais eficiente para as pessoas, o caminho para chegar até ela traz consigo muitos desafios. Um deles é a questão da educação. Para Marques esse desafio vai desde a mudança na forma do governo distribuir os recursos para educação, até promover novos modelos de ensino. “Com o avanço das tecnologias, é possível chegar ao aluno pela internet, inclusive por smartphones. Porque não fazer o uso disso?”, desafia o country manager da Englishtown, reforçando que é importante uma convergência entre empresas e governo para conduzir essa mudança da melhor maneira possível.

Mohamad Akl, presidente da Central Nacional Unimed
Acompanhar toda evolução tecnológica também é um ponto a ser vencido pela área da saúde. “É um grande desafio, porém não deixar de ser uma obrigação fazermos parte dessa mudança”, afirma Akl. Ele cita, como exemplo dessa busca, o fato de hoje o cliente da empresa fazer o agendamento de consultas totalmente de forma digital, sem a necessidade de um deslocamento até o consultório médico. Os próximos passos, Akl acha difícil de imaginar, mas acredita que muita coisa deve melhorar a experiência dos clientes. “Quem sabe a consulta não seja feita com o paciente em sua casa via vídeo-chamada”, prevê.

Luiz Gonzaga, presidente da Loga
Ao aliar a questão da educação eda saúde, Gonzaga pontua que o seu desafio é tão grande quanto os demais, já que a questão do tratamento dos resíduos é muito séria no Brasil, pois o brasileiro é o campeão de desperdício. “Dessa forma, preciso educar as pessoas e cuidar para que não tenham problemas de saúde em decorrência do lixo. Ou seja, nosso problema não é só de logística como se poderia imaginar”, comenta. Até por isso, a empresa entrou nessa história de smartcity.Com uso da tecnologia, a empresa criou novos modelos de recolhimento de resíduos para evitar o acúmulo de lixo nas ruas.

Herberto Yamamuro, presidente da NEC
No novo cenário que se abre com as mudanças de comportamento das pessoas, a tecnologia ganha cada vez mais importância, segundo Yamamuro. Ainda mais em um país como o Brasil que está em uma fase de pleno desenvolvimento. “A TI pode e deve contribuir com a construção de um país mais forte”, destaca.Ele comenta que hoje a tecnologia e, principalmente, o mundo digital pode efetivamente servir ao cidadão. “Mais do que isso, com o planejamento urbano das cidades inteligentes é possível criar ambientes que façam com que as pessoas a voltem a viver com mais qualidade”, completa o presidente da NEC.

Marcelo Ramos, general manager da GXS LatinAmerica
Dentro do processo de construção das smartcities um detalhe que faz muito diferença, segundo Ramos, é a integração das tecnologias. “Ela é fundamental para dar suporte a esse novo cenário que vem se descortinando no Brasil. Hoje não é possível ter uma gestão inteligente sem a integração de soluções. É ela que permite automatizar todos os processos”, acrescenta.O general manager da GXS LatinAmericaexplica que há toda uma cadeia de valor que precisa estar integrada. “De uma maneira ou de outra, ela vem para ser o pilar estratégico das cidades inteligentes e ajudar na qualidade de vida das pessoas”, resume.

 

Painel 3

Um futuro promissor… e desafiador

Apesar das incertezas externas, Brasil deve manter trajetória de crescimento estimulando uma corrida para atender a expansão do consumo nos próximos anos

Apesar do crescimento da economia brasileira nos últimos anos, o mercado ainda fica com um pé atrás quando se fala do futuro do País. Muito se deve às noticias sobre a crise na Europa e os Estados Unidos que ainda não conseguiu retomar seu antigo vigor. Porém, o bom momento vivido pelo Brasil deve permanecer, segundo Flavio EstévezCalife, economista da Boa Vista Serviços. “Há desafios e indefinições, mas devemos manter o crescimento nos próximos anos”, prevê.

Em relação ao mercado externo, o economista reforça que o cenário realmente não é dos melhores. “Temos a Zona do Euro com dificuldades, a China com um crescimento já não tão forte como em outros anos e um Estados Unidos passando por constantes ajustes”, aponta. Já no Brasil, Califeespera a indústria retomando o crescimento e o varejo sustentando a economia. “Um ponto importante no cenário nacional é que o Governo já vem investindo em ações para aumentar a competitividade. Esse tem sido o novo foco dele”, conta.

Ao falar sobre a oferta de crédito no Brasil, que nos últimos anos registrou crescimento de 20% ao ano, o economista da Boa Vista é mais cauteloso em relação ao futuro. De acordo com ele, esse cenário não deve se repetir, porém ainda assim o crédito continuará a manter o consumo aquecido. “O País ainda tem um enorme potencial de evolução quando comparado a outros países”, decretaCalife, acrescentando que apesar da preocupação do mercado com a alta da inadimplência, a perspectiva é de o índice caia no próximo ano.

Marcele Lemos, presidente da Coface
Quem vem trabalhando com boa perspectiva para o próximo ano é a Coface, segundo sua presidente, que espera um aumento do consumo. “A projeção que fazemos é de estabilidade da economia, o que é um ponto positivo. Essa boa fase do Brasil impacta na pessoa física e, consequentemente, na pessoa jurídica, o que para nós, seguradora de crédito, é um dado muito importante”, explica Marcele. Ela acrescenta ainda dois fatores que devem contribuir para o crescimento do País: a realização dos eventos esportivos internacionais e o PAC com os bilhões de investimentos. “São ações que devem movimentar a economia”, resume.

Jin Whan Oh, presidente da Verisys e da Plurimax
A boa expectativa em relação ao futuro do Brasil é compartilhada pelo presidente da Verisys e da Plurimax, que comemora o fato do País ter hoje o seu maior número de pessoas economicamente ativas, o que resultou na redução das desigualdades. Em relação ao próximos anos, Whan Oh é enfático ao afirmar que o Brasil está condenado ao crescimento, principalmente por causa do tamanho da população. O que resta saber, na opinião dele, é como as empresas irão lidar com isso.”A população é quem vai segurar a economia, por mais simples que isso possa parecer. O desafio é se preparar para aproveitar esse cenário”, conclui.

Acácio Queiroz, presidente e CEO da Chubb
Não tão otimista, Queiroz também vê que a classe média irá aumentar, ainda segurando a economia, porém com um menor poder de consumo do quehá hoje. O desafio nesse cenário será o de ser competitivo, segundo ele. “As empresas precisam diminuir os custos, aumentar a produtividade e atender bem o cliente”, pontua. Porém, ele coloca que a questão tributária ainda prejudica a competitividade. “Em um País onde se tributa saúde e educação, não há dinheiro para investir em inovação. E agora é a hora de inovar, pois os consumidores serão cada vez mais exigentes. No final, o governo mata a produtividade.”

Antonio Cruz, presidente da Graber
O bom momento vivido pelo Brasil deve permanecer ainda por alguns anos. Essa é a opinião do presidente da Graber, que puxa o coro dos que estão com boas perspectivas para o ano que vem. Otimista por natureza, ele acredita que o país terá um 2013e 2014 muito bons, com a economia ainda aquecida. “Ainda temos grandes oportunidades para aproveitar dentro do país. Nossa economia vai bem, o que nos faz ficar com expectativas altas”, coment. E com o País crescendo, os desafios das empresas passam a ser criar formas de atender bem todos os clientes que irão para o mercado ávidos por consumir, segundo Cruz.

Jefferson Frauches Viana, presidente da Wayback
Se o mercado precisa estar preparado para atender a massa de clientes que cresce a cada dia no País, o setor de crédito saiu na frente, na visão do presidente da Wayback. “Não é de hoje que o nosso mercado já vem se preparando para suportar esse crescimento”, afirma. Ele cita, inclusive, a criação do Instituto Geoc, Gestão de Excelência Operacional em Cobrança, entidade onde empresas do mesmo setor se uniram para compartilhar melhores práticas e conhecimento. “O grande ganho é a troca de aprendizado”, garante. Para Viana, pensar fora da caixa pode ajudar a vencer desafios e acompanhar o crescimento do Brasil.

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