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Eleição americana: a reinvenção financeira



Tradicionalmente, os candidatos à presidência no grande irmão do norte, assim como os candidatos daqui, buscavam dinheiro com empresas e pessoas ricas que podiam arcar com as enormes despesas (de olho nos negócios que seriam facilitados quando o apadrinhado fosse eleito). Em 2002, foi aprovada uma legislação que limitava as contribuições individuais a U$ 2 mil (U$ 2.300, em 2008) para as primárias e mais U$ 2 mil para a eleição propriamente dita. As campanhas tiveram de recorrer aos bundlers, arrecadadores de fundos, que podiam influenciar seus círculos de conhecidos para obter o máximo de doações individuais.

Na campanha deste ano, Hillary Clinton conseguiu na largada o apoio dos principais bundlers e doadores oficiais do Partido Democrata. Obama teve de encontrar uma maneira criativa de levantar dinheiro. Ele usou de experiências anteriores em organização de comunidades e contratou para organizar sua campanha um dos fundadores da comunidade Facebook, Chris Hughes, 24 anos, que fez exatamente o que sabe: transformou o site barackobama.com em uma rede social.

Pausa para explicar melhor o conceito de rede social. Orkut, MySpace, Facebook, Hi5, LinkedIn, Peabirus. Cada uma tem seu posicionamento, mas o importante é que são todos espaços virtuais nos quais os membros compartilham informação e comportamento on-line. O que transita em uma rede social (notícias, informações, dicas), pelo menos aquilo que vem de quem você conhece pessoal ou virtualmente, costuma ter confiabilidade mais alta porque vem de seus pares e não do mundo exterior.

Voltando ao Barack e ao Chris, passaram a agir de forma realmente inovadora. Por exemplo, em vez de pedir doações às multidões que iam aos estádios para ouvir Obama falar (e ele fala bem, convenhamos), era sugerido que se inscrevessem no site para receberem mensagens do candidato. No site, encontravam ferramentas e aplicativos que permitiam a cada um se transformar em um miniarrecadador de fundos, organizador de eventos e influenciador. Com as mensagens “I´m asking you to believe” e “Make a difference” os visitantes eram estimulados a se voluntariar e multiplicar mensagens e doações.

Só em janeiro, a campanha arrecadou U$ 32 milhões, U$ 28 milhões dos quais on-line, um recorde de todos os tempos. No final das primárias, a campanha de Obama havia conseguido acumular U$ 122 milhões, três vezes a de Bush em 2004, com U$ 43,8 milhões, recorde até então.

E aqui no Brasil, será que alguém está conseguindo enxergar o potencial das redes sociais para as próximas eleições?

Até a próxima.

Fernando Guimarães é especialista em marketing de relacionamento e branding. Atualmente, dirige a área de marketing da Gradual Corretora. Email: [email protected]

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