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O BI é um “kinder ovo”?

O título ficou curioso, admito. Mas quando o Vilnor pediu para escrever sobre BI no artigo de abril, não pude deixar de me lembrar de um cliente que veio com essa metáfora. Projeto “kinder ovo” é aquele que começa bem, chocolate gostoso, mas sempre termina com uma surpresinha – ruim. E não há nada melhor para definir o BI hoje. Ainda há muitas surpresas que podem ser antecipadas para os gestores que pretendem começar ou aprimorar as suas iniciativas de BI. Selecionei as mais importantes para compartilhar.
 
Surpresa 1: BI não é um projeto. Em 99,9% das situações, os gestores querem saber quanto tempo vai levar para o BI ficar pronto. Más notícias: BI não fica pronto nunca. A validade das informações gerenciais é menor do que a do mais delicado dos perecíveis. Basta que o usuário dê uma olhada em um novo relatório para perceber que uma oportunidade de análise foi perdida e, claro, ficaria muito melhor se outra dimensão fosse acrescentada. Triste sina do profissional de TI nesse caso: uma lista infinita de pendências. As empresas maduras em BI estão criando células especializadas, os centros de competência de BI, com experts fazendo o meio de campo entre TI e negócios, provendo conhecimento e experiência para as áreas de negócios e projetando continuamente a evolução do BI.
 
Surpresa 2: BI não se limita aos cubos. A equação BI=Cubos é uma das maiores falácias da indústria de software de BI. Não me canso de conhecer empresas que acreditaram que os cubos eram tudo em BI. Pouco a pouco, descobriram que nem sempre é fácil identificar as dimensões corretas a cruzar e que pode demorar um bocado para processar cubos. Recentemente, um caso chegava a ser engraçado. A empresa iniciava a carga dos dados para os cubos às 18h30. Somente às 17h do dia seguinte o processamento terminava, fazendo com que os usuários tivessem uma janela de 1h30 para análise. Está claro que é preciso identificar as formas de análise adequadas para cada perfil na empresa, desde a linha de frente (com o chamado BI Operacional) até a alta gestão, passando por analistas e power users. Não se deixe enganar por promessas de suítes completíssimas de BI: elas certamente não poderão atender a todas as necessidades. Desenvolva uma boa habilidade de montagem e integração para tirar proveito da tecnologia em todas as decisões de sua empresa.
 
Surpresa 3: Qualidade de dados é um problema para todas as empresas. Não há reunião que se discuta BI que não levante alguém para dizer: “Sabe, aqui na nossa empresa os dados não estão muito bons”. Boas notícias: os dados não estão perfeitos em lugar nenhum. Sempre há questões a tratar, desde os processos operacionais de captura de dados até a chegada às soluções de análise. No artigo do mês passado, falei um pouco sobre MDM e CDI, outra forma de tratar dados para melhorar os resultados do BI. De preferência, instale um comitê de qualidade de dados coordenador pelo Centro de Competência de BI. Essa turma vai trabalhar sempre.
 
Surpresa 4: BI pode dar dinheiro. Se a sua empresa acredita no poder das decisões baseadas em fatos, BI é certamente um caminho para grandes melhorias de gestão. De fato, dependendo do foco do BI, o retorno é bastante tangível e pode ser mensurado. Reduções de risco de crédito, minimização de custos de estoques e aumentos de eficiências de campanhas de vendas são exemplos de iniciativas apoiadas por BI que podem gerar belos resultados econômicos. Mas não se deixe enganar: as ações precisam ter foco bem definido e métricas claras para assegurar o patrocínio e custeio do BI. Mãos à obra!
 
Leonardo Vieiralves Azevedo é presidente da WG Systems, tecnologia para tomada de decisão

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