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O futuro do call center



Autor: Carlos César Camargo

 

Com base no que vemos hoje no mercado e nas perspectivas de crescimento dos negócios, é possível imaginar muitas novidades para o futuro do call center. Novidades tecnológicas, novos meios de comunicação, tudo para ampliar as possibilidades de relacionamento entre empresa e cliente. Considerando demandas do setor e viabilidade de soluções, podemos concentrar este futuro em três pilares fundamentais: virtualização, percepção de presença e inteligência preditiva.

 

Virtualização não é nenhuma novidade, ao contrário, já é realidade há algum tempo, porém a tendência é crescer cada vez mais. Não estamos falando somente de cloud computing, mas sim de uma estrutura terceirizada de call center, que pode ou não estar dentro do ambiente da empresa. Muitas vezes, projetos não saem do papel porque as companhias não querem investir em infraestrutura. Um call center virtual possibilita o uso remoto de infraestrutura, especialmente no que diz respeito a data center e elementos de telecomunicações e, o melhor, com capacidade para suportar milhões de contatos.

 

Padronização de configuração, alta performance, disponibilidade, compartilhamento de recursos de hardware e software, fatores que proporcionam consequente redução dos custos e agilizam os processos de criação e ampliação de ações de relacionamento com os clientes. Infelizmente, em nosso país, ainda há desafios para que a virtualização atinja sua eficiência máxima. É o caso da necessidade de disseminação e redução dos custos de banda larga para suportar relacionamentos com o uso de voz, dados e imagens. Além disso, muitos projetos ainda esbarram nas leis trabalhistas brasileiras que inviabilizam o home-office, por exemplo.

 

Em termos de percepção de presença, o mercado de relacionamento ainda tem muito a crescer, especialmente, para empresas de produtos massificados, em que os investimentos em produto são imensos, mas pouco se preocupa com relacionamento. Mais que entregar um produto, é preciso estar presente onde quer que o consumidor esteja, seja na internet, num ponto de venda, em locais de locomoção como aeroportos, entre outros. Estar disponível ao consumidor, levando informação e oferecendo assistência. Mais que atender, é preciso colaborar com conteúdos úteis a ele.

 

É aí que se encaixam muito bem os avanços tecnológicos que permitem diversificação total dos canais de acesso, tornando o Contact Center disponível em qualquer dispositivo de acesso remoto (telefones, internet, estações ou totens multimídia, caixas eletrônicos, entre outros). Tornar a diversificação de presença e a colaboração um diferencial de alto valor que, ao mesmo tempo, permita o retorno sobre o investimento. Nesse caso, o call center virtual e a terceirização se encaixam perfeitamente, já que nem sempre relacionamento é o negócio da empresa.

 

Por fim, mas talvez o ponto decisivo para o sucesso do call center do futuro, está a inteligência preditiva, que utiliza os conceitos de previsão, prevenção e qualificação de contatos. Trata-se de prever e qualificar o contato de um cliente ou prospect, antes que seja direcionado ao atendimento humano, promovendo árvores de decisão mais flexíveis e inteligentes. Ou seja, antecipar-se à solicitação do cliente, prevendo qual é seu problema e como pode ser solucionado. Esta preocupação evita situações como a rechamada, em que, na grande maioria dos casos, o cliente está ligando pela segunda vez pela mesma causa, provavelmente um problema que não foi resolvido no primeiro contato.

 

A solução para evoluir é estar sustentado por ferramentas técnicas de inteligência como CRM e BI que, com o cruzamento de informações de bancos de dados, conseguem melhorar a previsão. Incrivelmente, muitas empresas ainda não investem neste tipo de sistema, que as fariam evoluir constantemente na automatização da triagem de contatos, reduzindo a insatisfação e surpreendendo o cliente ou prospect. É atender a uma demanda do consumidor moderno, inclusive o 2.0, de forma inteligente, tratando os diferentes de forma diferenciada e mantendo critérios mínimos de qualidade de atendimento. Entre os desafios para alcançar a excelência neste quesito, está a necessidade de alinhar 100% as ações de relacionamento com as ações de marketing, venda, entrega e cobrança, além do perfeito entendimento do perfil do cliente.

 

Carlos César Camargo é diretor de TI da TMKT.

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O futuro do call center

O mercado brasileiro de call center teve seu ápice entre 1999 e 2001, quando o segmento, aquecido e repleto de oportunidades, assistiu a uma aterrissagem sem precedentes de grandes multinacionais, investimentos de fundos de private equity em empresas locais, fusões, aquisições e reestruturações. O mercado conviveu com uma espécie de corrida do ouro. O problema é que a terceirização ocorreu com pouco critério de qualidade e em meio a um movimento focado em crescimento acelerado e, muitas vezes, predatório de guerra de preços. O mercado passou a “vender” posições de atendimento como um produto em si, e não como um meio para prestar serviços de valor agregado. O resultado foi um movimento contrário: empresas que haviam terceirizado voltaram a internalizar suas operações.

Faltava à indústria de call center adicionar valor ao negócio do cliente. O que se verificava era uma simples transferência de valores. Neste modelo, não havia compromisso com resultados. Ignoravam-se objetivos como superação de metas de vendas e redução de tempo médio de atendimento – de forma geral, a lucratividade da operação estava em segundo plano. Como resultado natural disto, aproximadamente 70% das operações de contact center ainda estão a cargo das próprias companhias.

A sobrevivência das empresas de contact center estava necessariamente vinculada a uma nova visão do modelo de negócios. Além de proporcionar economias de escala, flexibilidade na capacidade de atendimento, atualização tecnológica, e know-how em treinar, motivar e valorizar as pessoas que terão contato direto com os clientes, a essência da gestão devia ter foco no entendimento do negócio do cliente. Só assim seria possível obter o melhor aproveitamento dos recursos humanos e das tecnologias disponíveis.

Objetivamente falando, as companhias de call center precisariam atuar como verdadeiras consultorias de negócio. O modelo devia valorizar os talentos e não se fechar para os especialistas.

Assim foi feito. Hoje os “vendedores” tornaram-se consultores, treinados para oferecer aquilo que o cliente de fato necessita. Os contratos também avançaram e clientes e prestadores de serviços passaram a compartilhar riscos. Da mesma forma, os resultados estão baseados na performance, e também é possível “compartilhá-los”. Esta nova filosofia tem grande impacto para setores em que o relacionamento com o cliente é realmente fator de sucesso no negócio.

Para se diferenciar, um call center também deve mesclar uma série de requisitos. É necessário contar com profissionais altamente capacitados para operar em nível superior ao do mercado e manter custos compatíveis. É preciso ouvir o que o cliente tem a dizer, contar com relatórios de avaliação e acompanhamento, encarar a tecnologia como suporte e não como parte vital do negócio. Há que garantir melhor desempenho das equipes e da supervisão, de modo a aproveitar de forma mais eficiente a eventual ociosidade da operação, além de certificar-se de que houve dimensionamento adequado dos recursos.

Como conseqüência da adoção dessa filosofia, o call center passa a ter um foco extremamente definido no cliente, fortalecendo o relacionamento da empresa com seu principal público-alvo. Além disso, permite o estabelecimento de uma relação de confiança entre a empresa e o prestador de serviço, em que existe uma troca constante de sugestões e por meio da qual a companhia de contact-center alcança um entendimento profundo das mudanças e necessidades da organização que a contrata. Conseguimos assim um alinhamento ideal de objetivos estratégicos e interesses.

A seleção natural das empresas de call center passa necessariamente pela conscientização em torno destas questões. No mundo corporativo de hoje, entender as necessidades dos clientes e transformar este conhecimento em resultados para eles, é a única fórmula de sobrevivência e crescimento. Uma empresa de call center, assim como qualquer prestador de serviço efetivamente comprometido com a qualidade, não pode perder a capacidade de surpreender. O cliente saberá recompensar este dom. É uma questão de estar conectado com o futuro.

Roberto Waddington é diretor-superintendente da CBCC – Companhia Brasileira de Contact Center.

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