Calma que eu explico. Mas antes vamos ao fato: no início de julho, pesquisadores da DeepMind, uma subsidiária do Google focada em inteligência artificial, publicaram um artigo no qual detalham o projeto em que estão envolvido, buscando desenvolver uma metodologia para de medir as capacidades de raciocínio abstrato da Inteligência Artificial. Para isso, estão usando os mesmos testes que usamos para medir as capacidades de raciocínio abstrato dos seres humanos.
Em outras palavras, querem descobrir um jeito de avaliar o QI da IA.
A Inteligência Artificial tem se mostrado muito boa em realizar tarefas específicas, mas ainda está longe de apresentar o que se chama inteligência geral, o tipo de inteligência que permitiria à IA navegar pelo mundo da mesma maneira que os humanos – ou até mesmo os animais.
Um dos elementos-chave da inteligência geral é o raciocínio abstrato – a capacidade de pensar além do “aqui e agora” para ver padrões e relacionamentos mais sutis e se envolver em pensamentos complexos.
Nos humanos, medimos o raciocínio abstrato usando testes visuais de QI bastante diretos. Um teste popular, chamado Matrizes Progressivas de Raven, apresenta várias linhas de imagens com a última linha faltando a imagem final. Cabe ao candidato escolher a imagem que deve vir a seguir com base no padrão das linhas concluídas. O teste não diz ao usuário do teste o que procurar nas imagens – talvez a progressão tenha a ver com o número de objetos em cada imagem, sua cor ou seu posicionamento. Cabe a eles descobrirem por si mesmos usando sua capacidade de raciocinar abstratamente.
Para aplicar este teste em sistemas de Inteligência Artificial, os pesquisadores da DeepMind criaram um programa para gerar problemas como os da MPR. Em seguida, treinaram vários sistemas de IA para resolver esses problemas. E, finalmente, testaram os sistemas. Continue lendo…