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Os movimentos estratégicos do Google

No ano passado, reportei aqui alguns movimentos do Google. Lançamentos de novos produtos, compras de empresas. Aí, no apagar das luzes de 2009, fui atraído por uma matéria do Chris Dixon, co-fundador do hunch.com (um site que ajuda a tomar decisões) e investidor em startups, que procurava encontrar uma ordem na intensa movimentação da empresa. Até porque, como ele diz na entrada do artigo, “uma coisa são dois programadores se juntarem para fazer um projeto. Outra coisa é o Google colocar zilhões de tempo e dinheiro por trás disso.” Sem contar que esses movimentos podem nos afetar, for better or for worse, diretamente.

Segundo Chris, para prever o nível de comprometimento do Google com um determinado projeto, temos que entender o grau de “estratégico” que ele é, ou seja, o quanto se insere no seu modelo de negócios. 99% da receita do Google vem da venda de links patrocinados, que vendem coisas como passagens de avião, aparelhos de DVD, serviços de advocacia, o escambau. Assim, um projeto é estratégico para o Google se ele afeta o que senta entre a pessoa clicando em um anúncio e a empresa que paga aquele anúncio.

Eis os elementos da equação, tais como descritos pelo Chris:

Ser humano – equipamento – OS – browser – largura da banda – websites – anúncios – tecnologia por trás do anúncio – relacionamento com o anunciante – $$$

O Google obviamente quer ou dominar ou comoditizar cada um desses elementos. E aí vale a pena acompanhar a análise que o Chris faz de cada um deles. (Por motivos óbvios, ele não tenta analisar os elementos Ser humano e $$$.)

Equipamento: O hardware para Desktops já é comoditizado. Já o hardware para internet móvel não, daí o lançamento do Google Phone (Nexus One).

OS: Não comoditizado e dominado pelo arquiinimigo (Microsoft)!! Daí considerar Android/Google Chrome OS muito estratégico. Google também precisao remover as principais razões de escolha do Windows. Elas são racionais: Office (daí os Google Apps), Outlook (daí, o Gmail etc), jogos (Google está buscando apoiar as plataformas que jogam através de diversos sistemas – ‘OS gaming frameworks’), e a cauda longa das aplicações que rodam apenas em Windows (elas estão mudando para a web, sim, mas o Google tenta acelerar a tendência com ferramentas de programação).

Browser: Não comoditizado e dominado pelo arquiinimigo! O Chrome, portanto, é estratégico, assim como a aliança com a Mozilla. Uma vantagem: custo de troca de browser é irrelevante (quando há).

Largura de banda: Dominada pelas operadoras (sem fio, cabos, telecoms, etc.). Muito difícil dominar esse campo sem massivos investimentos de infraestrutura. Google atualmetne está tentando comoditizar/enfraquecer através de 1) mais concorrência (WiMAX via Clearwire, Wi-Fi grátis) e 2) regulação (neutralidade da net).

Websites/busca (“ad inventory”): A busca é obviamente dominada pelo Google. As propriedades Google.com são as mais valiosas em termos de anúncio de texto. Com a aquisição do Youtube ocorre o mesmo em relação a anúncios de video/display ads. Idem, em relação a DoubleClick, que aumentou o domínio do lado dos publishers. No lado da internet móvel, que está crescendo rapidamente, Google comprou AdMob para aumentar o relacionamento com os publishers. Riscos principais: 1) as pessoas pulem os anúncios e vão direto às compras, 2) alguém como Facebook ou Microsoft comece a competir mais agressivamente no mercado.

Relationamento com os anunciantes: Google é dominante nos anúncios de resposta direta ” non-local”. É muito mais fraco em display (web banners, pop-up, etc.). Anunciantes locais (que, historicamente, respondem por metade do mercado total) ainda é um canal subdesenvolvido – e daí vem o interesse na aquisição do Yelp (quando o Yelp desistiu, este blog deu a notícia praticamente em primeira mão!).

Vamos continuar de olho, acompanhando as análises do Chris e de outros experts e trazendo-as para vocês. Vai ser sem dúvida um ano interessante nesse campo. Assim, como em outros. Aproveitem esses dias parados e dêem uma olhada no meu outro blog – programasdefidelidade.blogspot.com. Eu comecei o ano com uma matéria com dicas sobre como usar mais profissionalmente o LinkedIn.

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