Artigo de Marcos Coimbra, Vice-Presidente da ABRADISTI
No último ano, 4% do PIB nacional podem ser
atribuídos ao setor de tecnologia da informação. Isso, sem colocar nessa
conta, telecomunicações e datacenter. Um número que representa
aproximadamente US$ 81bi em volume e a sexta colocação no ranking
mundial.
E esses dados se corroboram pela exponencialidade
de consumo no país. Catalisador principal de uma corrente de
crescimento, até então, sustentável, a abundância de crédito
impulsionou um mercado consumidor que passou a ter acesso a bens de
consumo diferenciados, agregando em um ciclo desenvolvimentista,
fabricantes, distribuidores e revendedores.
Nos últimos 10 anos se viu um salto nos
investimentos externos no país. Após a crise americana, houve uma
inversão no fluxo de capitais, sejam eles especulativos ou não, que
inundou financeiramente os países emergentes. Com isso, muitas
multinacionais foram além e trouxeram parques produtivos para o Brasil. E
dessa vez, de olho não só em incentivos fiscais ou baixo custo de mão
de obra, mas em um mercado consumidor que teve seu poder de compra
triplicado nesta década.
Grandes fabricantes mundiais já apostaram suas
fichas em fábricas no Brasil ao longo desses anos, como Samsung, LG,
Philips, Acer, Asus, HP, dentre outros. No final do ano passado, a
Western Digital, fabricante de unidades de armazenamento, também chegou.
Com investimento inicial de R$ 10 milhões, em parceria com a nacional
Digitron, as operações na Zona Franca de Manaus serão responsáveis por
cerca de 2% da produção total da empresa no planeta. E o mais importante
é que a produção será totalmente focada no mercado interno, suprindo um
consumo aceleradíssimo de computadores e notebooks. O fluxo de
exportações da produção nacional será zero. A Apple deve ser a próxima,
conforme as notícias que já pipocam no noticiário de tecnologia.
Essa aposta no país garante diversas facilidades
para todas as pontas da cadeia de TI. O canal tem muito mais fácil
acesso aos produtos, garantindo que o consumidor final tenha em mãos
lançamentos sem o gap de importação. Além disso, estreita relacionamento
através de programas de canais mais específicos e garantias ágeis para o
reparo de produtos.
Estrutura-se uma rede sólida entre todas as pontas
da cadeia. Os fabricantes pensam e criam novas soluções, visando atender
um público que ao mesmo tempo que se pulveriza espantosamente, está
mais seleto na decisão de compra. Já os distribuidores precisam
intermediar esse fluxo de tecnologia para que ele chegue como subsídio
de vendas aos revendedores. O investimento em treinamentos e o apoio aos
programas de canais são fundamentais para que o consumidor final receba
os produtos na ponta final com qualidade de atendimento e assertividade
na segmentação dos targets.
As previsões do IDC para 2011 são animadoras,
aproximadamente 13%. Se pensarmos nos mercados de TI dos BRICS, Índia e
China principalmente, ainda há um largo campo para crescimento. Além
disso, deve haver uma curva de alterações no desenho de comércio
internacional desses países, hoje, muito baseado nas exportações de
commodities pelo Brasil, manufaturas pela China e mão de obra, Índia.
As tendências são todas de alta nos próximos anos.
Devemos nos tornar uma das 5 grandes economias do mundo e metade do PIB
mundial será dos emergentes. Esse desenvolvimento jogará no mercado
milhões de novos consumidores demandando serviços e produtos de TI por
parte tanto da produção interna, quanto de importação. Oportunidades que
já estão passando pela nossa frente. É bom pegar o próximo bonde ou
você pode se atrasar.
Fonte:BrandPress