Autor convidado: Kefreen Batista, vice-presidente de tecnologias na Globant
era falso? Conhecidos como ‘deepfakes’, esses vídeos ou áudios manipulados por Inteligência Artificial (IA) estão se tornando cada vez mais sofisticados e difíceis de identificar, causando preocupação significativa aos usuários. No entanto, essa tecnologia de simulação, se bem utilizada, pode ser uma grande aliada do negócio em diversos setores do mercado.
No Brasil, o uso de deepfakes disparou 830% em apenas um ano, de acordo com o Sumsub Identity Fraud Report 2023. O país, que acumula metade dos casos registrados na América Latina, enfrenta o agravante de que 66% dos brasileiros, segundo a Kaspersky, não sabem o que é uma deepfake. Esse desconhecimento resultou em repercussões controversas envolvendo vídeos manipulados de figuras públicas.
Essa falta de informação no país resultou em repercussões controversas a diversas celebridades, como, por exemplo, um vídeo adulterado do médico Dráuzio Varella indicando o uso de um colágeno em gotas que é usado supostamente por outros famosos. Além disso, produtos similares foram impulsionados indevidamente nas redes sociais ao lado de rostos igualmente falsos, como do cantor Solimões, do ex- jogador de futebol Ronaldo Nazário e do cantor Roberto Carlosa, entre outros.
Embora essa simulação digital esteja vinculada a diversos golpes virtuais, ela é vista com bons olhos por entusiastas da tecnologia no mercado legal. Mesmo que o movimento ainda seja incipiente no Brasil, empresas com foco B2B (prestação de serviços para outras companhias) estão de olho nessa tecnologia para desenvolver conteúdos educacionais, treinamento de trabalho ou até mesmo para a publicidade.