Sexta passada, 1º de abril, foi o dia da mentira (embora a Internet tenha diminuído o antigo impacto dessa data, tantos boatos, rumores, “hoaxes” e simples e deslavadas mentiras circulem pela rede nos demais 364 dias do ano).
Mas foi também o dia em que a Apple completou 40 anos de existência. Mesmo para quem, como eu, tenha mais tempo profissional do que isso, principalmente sendo ligado ao mundo da publicidade, é difícil pensar em um mundo anterior à empresa do Steve Jobs. Mas havia um, sem dúvida.
Entre os artigos que celebraram a efeméride, separei o da Wired, chamado “Os 15 produtos que definiram os primeiros 40 anos da Apple” por causa de sua abordagem direta, metonímica, digamos assim. Vamos aos produtos.
iPhone
Para entender a importância desse emblemático produto para a Apple, a Wired sugere que olhemos para os balanços da empresa. Mas não é apenas isso: sem ele, na melhor das hipóteses, nossos telefones ainda pareceriam Blackberries, em que teríamos que usar teclas para navegação (e nada de zooms). Seu surgimento, em 2007, iniciou a autêntica revolução do smartphones.
iMac e o retorno de Steve Jobs
A volta do Steve Jobs à Apple não poderia ter sido mais triunfal. Seu primeiro grande produto da nova era foi o iMac, em 1998, que trocou a porta de disquetes por uma de USB, e foi uma verdadeira revolução em termos de design. Foi, aliás, o primeiro trabalho de Jony ive para a Apple.
Apple II
Não foi o primeiro computador da Apple, foi o primeiro feito para as massas. Quando chegou às lojas, em 1977, tinha estonteantes 4 kb de RAM e deixava rodar programas e salvar dados… usando fitas cassete. Pode soar engraçado hoje, mas foi um sucesso fantástico e logo se tornou o computador dos nerds, inspirando a primeira de muitas gerações de entusiastas, programadores e applemaníacos.
O comercial “1984” do Macintosh
“1984… não sera como ‘1984’”. O primeiro Macintosh foi um grande momento para a Apple – na descrição da Wired, “um adorável pequeno retângulo que parecia um rosto com um meio sorriso, dando as boas vindas ao mundo de computadores amigáveis”. Mas o comercial – uma peça de 60 segundos com uma distopia que terminava destruída por um martelo voador – emoldurou tudo que a Apple defendia e viria a se tornar nas décadas seguintes.
Newton
Ok, não se pode ganhar todas. Assim, em 1993, bem antes dos smartphones e até dos Palm Pilots, a Apple lançou seu Personal Digital Assistant. Ainda não era a hora. Como a Wired lembra, o produto era muito caro e não funcionava lá tão bem. Mas algumas das ideias que estavam lá voltaram, melhorados, em produtos futuros. Só a caneta, uma birra pessoal do Jobs, nunca voltou.
iPod Mini
Em janeiro de 2004, a Apple anunciou orgulhosamente que tinha vendido dois milhões de iPods. Ao mesmo anunciou o iPod Mini, uma versão mais barata, mais fina e mais “legal” do tocador de músicas. Disponível em rosa e azul, com um clip para cintos, não demorou para que o iPod se transformasse em um acessório de moda, além de ser um gadget super irado, e para que todo mundo quisesse um.
iTunes
A Apple não é exatamente um exemplo de empresa interessada em compartilhar suas coisas. Daí o compreensível choque quando em 2002 ela anunciou que você podia conectar seu iPod em computadores com Windows. Um ano depois veio a explicação: a Apple lançou sua iTunes Music Store e o iTunes for Windows turbinou as vendas de iPods, ajudou a Apple a explodir a indústria da música e tornou os downloads de 99 cents o padrão. Pelo menos até o surgimento da Spotify.
30-Pin Dock Connector
Foi lançado junto com a Terceira geração do iPod e passou a ser o “trem de pouso” de todo dispositivo Appe até a era da Luz. Mas esse cabo proprietário não tinha fãs fora da empresa, embora fosse vital para o ecossistema da Apple: além de caro, quebrava com irritante facilidade. Mas é o que tornou os iPods (e depois os iPhones) mais úteis porque podia conectá-los a alto-falantes e outros acessórios. Além disso, para os fabricantes de produtos eletrônicos, foi o que criou o “Made for iPhone”.
Os fones brancos dos iPods
O som que saía deles era uma droga, admitam, mas o acessório logo virou moda. A garotada começou a usar apenas os fontes – sem ligá-los a um iPod, com o plug dentro das jaquetas – apenas para parecerem descolados.
Siri
Segundo a Wired, Siri não é importante porque é sensacional. Siri não é sensacional. Mas é o futuro. A assistelnte pessoal da Apple está se integrando cada vez mais à maneira como se usa o telefone. Falar é o novo digital (que era o novo convesar). E depois de Siri, Google Now, Cortana e inúmeros outros sistemas baseados em voz tudo passou a estar ao alcance de uma pergunta em voz alta. Só precisa ainda de um pouquinho paciência, repetir a pergunta até que o sistema entenda.
MacBook Air
Vocês assistiram o video em que o Jobs fez a apresentação do produto na MacWorld de 2008? Ele pegou um envelope pardo na mão de cima de uma mesa, retirou o produto de dentro do envelope e ficou segurando-o com três dedos. A plateia quase veio abaixo. Naquele momento, o que estava ocorrendo ao vivo na frente deles parecia impossível. E o mundo dos laptops, ou devíamos dizer, ultrabooks, nunca foi o mesmo depois.
Intel Mac
A revolução ocorreu em 2005: os Macs passaram a usar chips Intel. Isso significou computadores mais velozes, compatíveis com mais hardwares e softwares e mais eficientes energeticamente – exatamente o que a empresa precisava para se tornar mais competitiva naquele momento.
A Apple Store
Desde o lançamento, as lojas da Apple contribuíram significativamente não apenas para as vendas da empresa, mas para sua própria magia. As filas que se formam do lado de fora, dias a fio, quando do lançamento de um novo iPhone vão direto para os jornais da TV.
A App Store
A imagem usada pela Wired vai direta ao ponto: “o software está comendo o mundo e a Apple está servindo a refeição”. A App Store, acrescenta a revista, é de longe a coisa mais inventiva e inovadora que a Apple fez. Ao facilitar a geração de receitas para os desenvolvedores e as compras para os usuários, a Apple criou uma indústria para pessoas com grandes ideias sobre taxis e pequenas ideias sobre o tempo.
O iPhone de San Bernardino
Na sua tradição libertária, a Wired inclui esse fato que tem menos a ver especificamente com produto do que com política e privacidade. Segundo a revista, se há um dispositivo que deu ao povo americano mais conhecimento sobre privacidade digital e a segurança de nossa tecnologia pessoal, além das implicações do que ocorreria se o governo fosse bem sucedido em seus esforços para tirar essas coisas eles, o dispositivo é este. Ainda não se sabe bem as consequências nos futuros iPhones, mas certamente irá além disso, impactando todos os dispositivos conectados que prometam armazenamento encriptado de informações.
Fonte: Wired