Tudo começou em 1891. Naquele ano, o engenheiro americano James William Lambert(1860-1952) estava dirigindo uma de suas mais importantes invenções, o primeiro carro a gasolina que realmente funcionava, quando ocorreu um pequeno problema: o carro bateu na raiz de uma árvore que saía do chão e perdeu o controle, batendo diretamente contra um modelo idêntico, que também estava em testes. Ou seja, os dois únicos modelos que estavam em produção em Ohio, um estado com mais de 116 mil quilômetros quadrados, colidiram um no outro.
Não houve vítimas fatais, mas isso logo iria mudar.
Segundo um levantamento feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2009, abrangendo 178 países, todos os anos aproximadamente 1,3 milhões de pessoas morrem vítimas da imprudência ao volante. Dos sobreviventes, cerca de 50 milhões vivem com sequelas.
Será que a lição pode servir para a Uber? O pior é que provavelmente não.
Segundo The New York Times, o acidente em Tempe, Arizona, no qual um veículo robótico em testes atropelou e matou uma pessoa, não pode ser considerado exatamente uma surpresa. Os carros da Uber vinham apresentando dificuldades para atravessar zonas em construção, por exemplo, e também quando se viam ao lado de veículos altos. Além disso, os motoristas humano da Uber tiveram que intervir com muito mais frequência do que os motoristas de projetos concorrentes de carros autônomos.