A expressão “inteligência artificial” foi usada pela primeira vez
exatamente sessenta e dois anos atrás em uma conferência de um dos
pioneiros da ciência da computação, John McCarthy, no Dartmouth College, para definir “a ciência e engenharia de produzir máquinas inteligentes”.
De 1956 para cá, evoluímos muito no que se passou a chamar de “estudo
e projeto de agentes inteligentes”, sendo que um agente inteligente é
um sistema que percebe seu ambiente e toma atitudes que maximizam suas
chances de sucesso .
Mas, aparentemente, não evoluímos nada em nossa visão do quadro como
um todo. Continuamos pesquisando como fazer os computadores realizarem
coisas que os humanos ainda fazemos melhor. E isso, inevitavelmente,
coloca a inteligência humana em oposição à inteligência artificial.
Não que isso impeça as empresas de investirem cada vez mais em IA.
Ou, talvez, devêssemos dizer: isso faz exatamente com que invistam mais
nesse campo.
Mas há quem esteja pensando em outra opção: cooperação e não competição.
Joi Ito, diretor do MIT Media Lab,
por exemplo, sugere que “em vez de pensar sobre a IA como algo separado
ou adverso para os humanos, é mais útil e preciso pensar em máquinas
que aumentem nossa inteligência coletiva”. Ele vai mais longe e diz que
precisamos dar adeus para a inteligência artificial e falar alô para a
inteligência estendida, querendo dizer com isso que precisamos de uma
ferramenta para o bem de muitos, e não para o enriquecimento ou
aproteção de poucos.
Ito não está sozinho nessa causa. Nesta sexta-feira, 22/6, o próprio Media Lab e a IEEE-SA, organização que estabelece os principais padrões globais das indústrias, anunciaram a criação do Global Council on Extended Intelligence – CXI,
cujo objetivo é direcionar o talento e o dinheiro que está sendo gasto
com a IA para projetos que visam melhorar a situação de todos.