Até onde sei, o termo “unmarketing” foi cunhado pelo consultor canadense Scott Tratten. E, entre tantos termos cunhados e lançados recentemente, este tem uma boa chance de pegar. Porque o conceito faz sentido: pare de “marquetear” e comece a envolver.
Quem pegou uma carona recente no termo foi Andy Sernowitz, autor do blog “Damn, I wish I´d thought of that!”, ardente defensor do boca-a-boca e que tem sido uma fonte eventual deste nosso espaço.
A sua “ideia #969” chama-se exatamente “the un-marketing issue” e ele apresenta três ações que se encaixam no conceito. Segundo ele, “o melhor marketing geralmente não começa como uma ideia de marketing. As coisas realmente extraordinárias vêm de algum lugar mais profundo. Quando você concentra-se em coisas que importam — não apenas no comum do marketing.”
1. Surpreenda em vez de anunciar
Quando os artistas lançam um novo álbum, eles costumam deflagrar uma bateria de ações que gritam para todo mundo a novidade: divulgação de algumas faixas no rádio, entrevistas sobre o processo de gravação, etc. Beyoncé fez algo mais notável para o seu mais recente álbum: praticamente nada. Ela simplesmente surpreendeu seus fãs ao anunciar o lançamento do disco com um simples vídeo em mídias sociais – e só. Nenhuma campanha “sensacional” de marketing, nenhum aviso, apenas uma surpresa completa. (E tornou-se o álbum mais vendido no iTunes.)
A lição: As pessoas adoram falar de surpresas (muito mais do que gostam de falar de comunicados de imprensa e anúncios publicitários).
Saiba mais aqui
2. Faça uma diferença, não um “promo”
Quando o cineasta Casey Neistat recebeu a incumbência de filmar um vídeo promocional inspirador para o novo filme da 20th Century Fox A Vida Secreta de Walter Mitty, ele pediu para utilizar todo o orçamento no auxílio às vítimas do tsunami das Filipinas. Eles disseram sim e o curta-metragem no YouTube mostrando sua jornada para entregar a ajuda ganhou toneladas de views e algumas pessoas até mesmo disseram que haviam mudando de ideia e iriam realmente ver o filme.
A lição: Uma causa significativa destaca-se em um mar de trailers.
Veja o video aqui
3. Conte com fãs reais e não apenas com seguidores
Quando o Burger King da Noruega percebeu que um monte de seus fãs no Facebook ou eram trolls ou apenas queriam brindes, fizeram algo drástico: ofereceram aos fãs um Big Mac em troca de ser banido para sempre de sua página no Facebook. Dando um produto do seu concorrente para se livrar de fãs em uma mídia social pode parecer uma má ideia, mas aqui está a beleza da coisa: eles eliminaram as pessoas que tiravam o foco dos fãs que mais importam – seus clientes fieis, engajados. Agora, a marca pode construir relacionamentos mais profundos com as pessoas que realmente querem.
A lição: Em um mundo onde muitas empresas confiam na quantidade de fãs e seguidores falsos, é notável ver o Burger King usando a mídia social para ser mais autêntico.