A relação entre a
indústria de jornais e a empresa Google ainda está cheia de
espaços em branco , mas uma coisa parece certa: mais cedo ou mais tarde,
a duas partes chegarão a um acordo. E a razão é simples: a
empresa que criou o mais popular sistema de buscas na Web precisa dos
jornais para ter acesso aos arquivos da imprensa e os jornais precisam
da Google para chegar aos leitores.
Para a Google,
este “namoro” não é essencial para sua sobrevivência, mas para os
jornais, em quase todo o mundo, trata-se de uma questão crucial. A
relação começou tensa quando a Associação Mundial de Jornais ( WAN)
acusou a Google de “piratear” noticias por meio do Google News,
um sistema automático de produção de noticias de atualidade. Mas agora
dá sinais de uma acomodação e muitos acreditam que vai acabar numa
negociação.
Esta relação é um fato
novo na comunicação mundial e inexistia até a consolidação de
internet como grande plataforma de comunicação. A situação mudou
completamente depois da virada do século quando a rede entrou
definitivamente e para valer no nosso quotidiano. O modelo de negócios
dos jornais baseava-se na associação entre notícia e publicidade. A Web
rompeu esta combinação ao oferecer conteúdos sem publicidade e ainda por
cima grátis, no segmento da informação dura, de atualidade.
Os jornais resistem a
aceitar esta realidade, o que acaba facilitando a estratégia da Google
para ocupar um espaço na imprensa digital, a partir de três pontos
básicos: distribuição, fidelização e monetização. A empresa nunca
formulou estes três pontos de forma oficial, mas eles aparecem no texto
How to Save the News, de James Fallows, da revista Atlantic,
um jornalista com muitos contatos na direção da Google.