Valor Econômico:
“A pontuação da netpoints não expira. A grande dificuldade da classe popular, que não faz compras de alto valor, é trocar seus pontos do cartão de crédito antes do prazo vencer. Ao mesmo tempo a classe popular está viajando cada vez mais de avião e almeja conseguir passagens por meio de programas de fidelidade”, explicou Carlos Formigari, presidente e sócio da netpoints. Até janeiro, Formigari era o principal executivo da Tempo Assist e, anteriormente, trabalhou na área de cartões de crédito do Unibanco.
A netpoints está recebendo investimento de cerca de R$ 10 milhões para desenvolvimentos da plataforma e rede social, além de marketing – ferramenta considerada essencial nesse segmento. A Cia Bozano, que detém 30% do capital da empresa, fez o principal aporte no investimento tecnológico da netpoints.
Outros diferenciais adotados pela netpoints para atrair a classe popular é a possibilidade de transferir os pontos para os amigos, acumular pontuação em estabelecimentos físicos e oferecer serviços como guincho e chaveiro, por exemplo, para seus usuários.
O executivo acredita que o maior interesse será por passagens aéreas e pacotes de viagem, mas os pontos da netpoints também poderão ser trocados por produtos como eletroeletrônicos, eletrodomésticos, crédito para celular, livros, entre outros itens que costumam atrair os compradores internautas.
Mesmo com a Cia. Bozano sendo acionista da Azul e da netpoints, Formigari garante que os usuários do programa poderão resgatar passagens de outras companhias aéreas. Uma agência de turismo, cujo nome não foi revelado, será a responsável pela negociação. No Multiplus, cujo acionista principal é a holding TAM S.A., os bilhetes são sempre da TAM ou de companhias internacionais parceiras.
Um dos desafios para a netpoints será a conquista de parceiros, uma vez que o Multiplus já tem contratos de exclusividade com diversas empresas.
Outro concorrente na netpoints é o Dotz, programa de fidelidade criado há 11 anos destinado ao público premium e que agora está voltando suas atenções para a nova classe média. “Em 2000, só as pessoas de alta renda tinham computador e nossa atuação era apenas pela internet. Agora, muitas pessoas têm acesso a web e também temos parceria com lojas físicas”, disse Roberto Chade, presidente da Dotz, que tem como sócio o programa de fidelidade canadense LoyaltyOne e tem parceria com o Banco do Brasil.