Como a ciência de dados pode ajudar a prevenir pandemias no futuro?

O autor do artigo, Elcio Santos, CEO da Always On, empresa especializada em inteligência de dados. Saiba mais em http://aodigital.com.br

Uma coisa é indiscutível: o interesse pela ciência de dados vem crescendo exponencialmente.

Cada vez mais, no entanto, as pessoas me perguntam se ela é apenas um modismo ou de fato um campo com potencial extraordinário, uma alavanca moderna, capaz de mover o mundo em uma direção mais produtiva.

Em geral, a resposta envolve as aplicações e os usos científicos dos dados.

Os motores de busca e os sistemas de recomendação na Internet, o reconhecimento de imagem e voz, o planeamento de rotas de voos, a detecção de riscos e fraudes.

O céu é o limite.

Mas agora vamos falar sobre o uso da ciência dos dados em torno de um tema que não apenas entrou no nosso radar, como pousou em nossa vida e está criando profundas ansiedades: pandemias.

A crise atual poderia ter sido evitada?

Para começar, temos que dizer que a pandemia gerada pelo COVID-19 é um dado da realidade.

Trata-se de uma emergência mundial e atual contra a qual se pode tomar várias ações: criar uma conscientização mais efetiva, estabelecer diretrizes para a ação dos especialistas em saúde, direcionar grupos de contaminação, limitar o contágio, otimizar recursos que por natureza são escassos.

Entretanto, não podemos voltar atrás no tempo e prevenir a ocorrência do surto.

Se isso seria possível?

O exemplo de Taiwan não me deixa mentir.

As autoridades da pequena ilha que fica a meros 130 km da costa da China decidiram usar uma arma simples mas poderosa – análise de dados – para antecipar os movimentos essenciais para conter esse vírus que, em outros quadrantes do planeta, tem se mostrado invencível.

Os resultados foram impressionantes.

Apesar dos seus quase 24 milhões de habitantes, até 19 de setembro, Taiwan tivera apenas 506 infectados e 7 (sete!) mortos.

Fonte

Compare com o Brasil.

Nossa população está em torno de 210 milhões, ou seja, quase 10 vezes mais a população da ilha situada no Mar da China.

Em compensação, na mesma data, já tivemos quase 4,5 milhões de infectados (9 mil vezes mais!) e quase 136 mil mortos (quase 20 mil vezes mais do que Taiwan!).

Resumindo, parece que não podemos impedir o surgimento de novos vírus, mutações letais que nascem principalmente do contato humano com ambientes que não haviam sido perturbados.

Mas temos a capacidade de evitar que isso saia do controle e se transforme em epidemias, pandemias e tragédias.

A análise de dados pode fazer a diferença

Taiwan saiu na frente, mas outros países logo saíram correndo atrás do prejuízo.

Em sua maioria, porém, utilizando metodologias históricas, como relatórios de pesquisadores e registros hospitalares.

Eles costumam ser confiáveis, embora ofereçam resultados moderados na melhor das hipóteses.

Metodologias mais atuais, incluindo rastreamento de telefone celular e mineração de dados de mecanismos de pesquisa e mídia social, além de outras técnicas de ciência de dados, podem ajudar a dar uma imagem mais rápida e progressivamente refinada de onde as doenças estão se manifestando e onde podem se espalhar em seguida.

O fato é que o uso das mais avançadas técnicas de análise de dados pode desempenhar um papel importante na análise de testes em larga escala de indivíduos, conectando esses resultados com os atributos de saúde anônimos de pacientes hospitalizados.

Isso nos permitiria compreender os principais fatores de risco e proteger melhor os indivíduos com maior risco de infecção.

Quanto mais informações houver, mais precisas serão essas previsões.

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